Enquanto assistia Batman,o Cavaleiro das Trevas, em um dos diálogos entre o herói e o vilão deparei-me com uma questão do interesse da classe: a situação de todos os que estão nas ruas expostos aos perigos e aos apelos, aplausos e críticas da Sociedade.
Convém que notem, todos que de um modo ou de outro envergam uma farda militar, que estamos sujeitos aos gostos da Sociedade, e mais que isso, às diversas faces dessa mesma estrutura. É necessário que repensemos as nossas ações com base nas palavras do Coringa, e que nas inúmeras ocorrências que atendemos diariamente, façamos ecoar em nossa mente aquilo que o vilão proferiu durante o interrogatório.
No diálogo a que faço alusão, o referido vilão está preso. Submetido a interrogatório, trava um amistoso diálogo com o herói que o interroga. Durante todo o desenrolar dos fatos, põe-se em questão o porquê de todas suas ações criminosas e no fim de tudo ele dá uma lição de moral ao Cavaleiro das Trevas: "não fale como um tira. Você não é. Mesmo que quisesse ser."
Aqui ele está mandando um recado: não faça aquilo que não é da sua alçada. Quantas vezes não ultrapassamos as linhas, invadimos divisas e fazemos aquilo que não não nos compete? E para quê? para mais a frente sermos crucificados por corregedores? Pelos próprios populares que solicitaram os nossos serviços?
Mas o diálogo não pára. E o vilão continua o seu ensinamento: "Para eles você não passa de um louco.(...) Precisam de você agora. Mas quando não precisarem, vão expulsar você como a um leproso. Sabe, a moral deles, a honra; é uma piada de mau gosto. Esquecem ao primeiro sinal de problema."
É certo que algumas vezes nos excedemos, que no calor da batalha cometemos certos "excessos justificáveis", e na maioria dos casos, sob os aplausos falsos da multidão. Portanto, é de suma importância prestarmos a devida atenção às palavras proferidas logo acima. "Esquecem ao primeiro sinal de problema." E o peso ficará sobre nossos ombros.
Quem assistiu esse filme talvez nunca tenha atinado para essa verdade.
Por opção própria, o Justiceiro de Gothan termina sendo perseguido por aqueles a quem tanto auxiliou, entretanto, o seu diálogo com o Palhaço na sala do interrogatório jamais deve sair da mente dos que estão na rua. Expostos todos os dias aos ditames das massas insandecidas, pressionados por todos os lados por aqueles que os solicitam, devemos aprender a agir com cautela. Agir com imparcialidade, frieza e acima de tudo, com o pensamento fixo na verdade primordial: quem nos solicita não está nem aí para o que fazemos, eles querem somente se livrar do problema; e tudo o que fizermos passará pelo crivo da crítica individualista.
Então, diante disso, façamos o nosso trabalho como deve ser feito. Sem falhas, sem brechas para a crítica ou à perseguição. Façamos a coisa certa.
O Sentinela
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