"Se um homem, em seu sótão, alimentar no peito um desejo bastante forte, ele poderá daí, incendiar o Mundo."
(Saint-Exupéry)
Hoje mais do que nunca, o ser humano se sente perdido nesse imenso turbilhão de desafios e mistérios, que é a vida. E viver tem se tornado a tarefa mais urgente.Viver em plenitude, não apenas "vegetar"; como muitos fazem levando uma vida sem sentido, vivendo apenas por viver.
Esses e essas que teimam em viver por viver, muitas das vezes se esquecem do real motivo pelo qual estamos aqui. Crenças não faltam para enganar os incautos, e é aí que muitos se perdem. Desperdiçam suas vidas com ideologias baratas e não nutrem no interior um ideal que leve seus passos a significar alguma coisa. E assim, cada vez mais se torna comum o suicídio e a morte em vida, que é a pior morte. Tudo porque essas pessoas não souberam o rumo, o norte a dar às suas vidas.
Uma vida sem ideais verdadeiramente sólidos torna-se uma vida vazia, como uma imensa árvore sem raízes profundas; uma "casa construída sobre a areia", que ao primeiro vento cai sobre seu construtor, e é levada pelas constantes tempestades da existência. Assim é a vida do ser que se coloca como centro de si. Daquele que, sem raízes pensa ser invulnerável e dono da situação; daquele que durante toda sua vida viveu no supérfluo e na negação de seus laços como semelhante.
A figura do Fiel Pelicano é o retrato de uma vida com significado. Daquele que se doa, e com sua vida mostra e dá sentido a existência dos demais. Esse é o símbolo que melhor caracteriza as necessidades da Sociedade hodierna, tão carente e frágil que exclui, maltrata e fere seus integrantes. O pelicano é o convite a abraçar um ideal que signifique e norteie a caminhada, mostrando que por mais que nos esforçemos para viver em plenitude, esses esforços só terão significado quando aprendemos a sermos como uma vela; que por mais que se consuma totalmente, consumir-se-á iluminando todos aos seu redor.
Talvez essa seja uma visão pessoal, todavia, a nossa existência só toma forma e significado quando fazemos algo pelo outro. Não num jogo insano de interesses pessoais, mas numa perpectiva de complemento e sentimento de utilidade. Por nos sentirmos úteis, e por não sermos o centro das atenções. Pelo simples fato de que somos gente da mesma gente; ramos da mesma árvore, embora plantados em terras distintas.
Um ideal forte e profundo, que nos leve a sair de nós mesmos e exergar o semelhante. É disso que a Humanidade hoje tanto precisa, e ficar de braços cruzados, "esperando a morte chegar" não nos levará a canto algum, a não ser ao esquecimento e ao apagamento completo de tudo aquilo que um dia fomos.
Saulo de Tarso
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