quinta-feira, 24 de março de 2011

Bandidos Fardados - Uma mancha na Corporação



   Estourou na mídia mais um vergonha para a classe policial militar. Fatos ocorridos no Estado do Amazonas no ano passado - perpetrados por bandidos fardados - mancham mais uma vez a Briosa Corporação Amazonense, mas nos trazem uma profunda reflexão a respeito dessa profissão tão complexa.
   Em última análise, a vida humana tem seu valor, e por mais que o ser vivente seja um traficante, "soldado do tráfico", ou qualquer outro tipo de desajustado social, ele merece viver. Desde que em suas práticas não ponha vidas inocentes em risco, e que em ações policiais não receba as autoridades à bala, nenhum criminoso deve ter sua vida ceifada; pois, nós Policiais Militares não somos juízes e nem aplicamos penas capitais. Não é essa a nossa função, e todos aqueles que pensam que nossa missão é esta, estão incorrendo em crime. Uma coisa é entrarmos em confronto e matar, outra é matar indiscriminadamente como se estivéssemos cumprindo uma missão divina.
    Assim procederam no ano passado alguns "desajustados" da PMAM, mais precisamente da Força Tática (FT) daquela Corporação. Em abordagem ao que eles disseram ser um "soldado do tráfico", cometeram algumas irregularidades dignas apenas de bandidos. Como se não bastasse aquele "velho corretivo", e a humilhação explícita ao indivíduo abordado, ainda teve um "mental" que efetuou disparos contra a vítima. Pura covardia gratuita.
    Mas, como "vaso ruim não quebra fácil"(nada contra o imputado), o indivíduo sobreviveu. Foi socorrido, pelos próprios agressores e após ser cirurgiado sobreviveu aos ferimentos. E para tristeza dos "meliantes fardados", tudo foi gravado por sabe lá Deus quem. Então, após meses de impunidade, os fatos vêm a tona e a "merda é jogada no ventilador."
    Se esses maus policiais vão ou não ser punidos, cabe apenas à Corporação ou ao corporativismo. Quem sou eu para julgar, todavia, gostaria somente, de trazer a tona algumas reflexões a respeito da conduta delituosa desses camaradas. A primeira coisa: esse não é o tratamento adequado a ninguém, temos filhos e eles podem ser confundidos e antes que diga que é filho de PM, a pêia já deve ter comido de esmola. A segunda: um vagabundo só deve ser neutralizado se, primeiro estiver armado e reagir; segundo, se em situação com refém a negociação não funcionar. Terceiro e último: fardados nós somos a Lei, somos "filmados" e sem farda - por mais que a arma esteja "nos quartos"- somos apenas homens comuns. Isso quer dizer, que ações como essas além de manchar a Corporação e o nome dos bons Policiais, apenas pioram a nossa imagem aos olhos do Criminoso. Quem garante, que não nos tratarão da mesma meneira, ou pior?
    Está aí, e que isso sirva de exemplo aos que têm o pensamento de matar, matar e matar. Creio, que por mais que a PM tenha surgido para reprimir as classes mais desfavorecidas, isso não faz de nós os juízes que decidem quem vive ou quem morre. Vamos começar a refletir essas coisinhas e tomar mais cuidado em nossas ações. Isso não quer dizer que tenhamos que ser "santos"; vagabundo folgou, vai pro pau. Algema, bota na mala e conduz ao DP mais próximo. Se vão lavrar flagrante ou não, problema da PC. Pegou, entregou; ocorrência resolvida. Assim deve ser nossa ação.

 O Sentinela

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