Votar é um direito garantido ao cidadão. Um direito conquistado, pois outrora poucos podiam realmente votar, escolher seus representantes e assim participarem da “festa da Democracia". Lamentavelmente, nem todos dão a esta ação o seu devido valor.
É típico do ser humano realizar conquistas, mas muitas conquistas às vezes nos deixam abobalhados, e não nos questionamos a respeito de determinadas realidades que estão diante de nossos olhos. Isso às vezes acontece por que simplesmente conquistamos algo, mas nunca nos questionamentos sobre o significado prático daquela conquista. É o que ocorre com a conquista do direito ao voto.
Votar um dia já foi privilégio de poucos, e a história brasileira já registrou e ainda registra muitas falcatruas com relação a este ato: voto de cabresto, compra de votos e uma série de escândalos envolvendo esse direito. Mas, isso não é tudo. Por vezes encontramos pessoas que ainda hoje vivem alienadas a realidades passadas, desconhecendo por completo os seus direitos, e mais: idolatrando pessoas por causa de uma simples “ajuda”.
Esta é a realidade: as pessoas menos esclarecidas às vezes votam em determinado candidato, por que um dia ele comprou-lhe um remédio, ou até mesmo, providenciou uma ambulância para um parente. Por mais que não haja nisso o intento da “compra”, a pessoa ajudada sente-se na obrigação de votar naquele indivíduo. Única e exclusivamente por causa do “favor”, que na realidade, não passa de uma mera obrigação do político eleito.
Sabemos caros leitores, que muitas coisas estão mudando; entretanto, ainda é preciso levar aos menos esclarecidos esse questionamento. A gratidão é algo importantíssimo, entretanto, é necessária uma reflexão sobre o assistencialismo e o cumprimento dos deveres políticos. O cidadão não pode ficar refém daquele a quem ele escolheu para representá-lo.
Cabe ao eleito cumprir com suas metas, representar com idoneidade aqueles que o escolheram e mais que isso levar a sério o cargo que lhe foi conferido. Agindo dessa maneira poderemos construir uma nação mais honesta, onde os políticos velem pelos direitos e deveres do povo, e acima de tudo sejam transparentes e trabalhem mais em prol da população do que dos seus interesses particulares.
Ao eleitor cabe estar sempre atento às ações do eleito, fiscalizar os seus passos e ver se os interesses da comunidade estão realmente sendo defendidos. Dessa maneira o voto torna-se realidade, deixa de ser um mero símbolo e passa a ser um instrumento concreto de uma DEMOCRACIA VERDADEIRA E AMADURECIDA.
Só assim essa conquista terá sentido e poderemos, então, nos orgulhar no dia em nos dirigirmos a cabine eleitoral. Pois estaremos agindo conscientes e mais que isso, trabalhando na construção de um país mais honesto e comprometido com os cidadãos que dele fazem parte.
Dafoe
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