Foi vendo uma Sessão Plenária no Senado Federal que pude ter a dimensão exata do motivo pelo qual esse país não caminha. Ontem, mais precisamente por volta das 23 horas, na calada da noite para ser mais preciso estava acontecendo a votação do PL de Conversão 14/2001 - Criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (MP 520/2011).
Até aí tudo bem. Uns falavam que era uma matéria urgente, prioritária e necessária mas ninguém parecia querer aprovar o tal Projeto de Lei. A esculhambação, pois não há outro nome para o que presenciei, começou com o Senador Flexa Ribeiro. Ele queria por fim da força, que a vice presidente, a Senadora Marta Suplicy lhe concedesse mais tempo para uma pergunta.
Então começou um bafafá daqueles. O Senador Flexa rasgou o verbo e explodiu com um artigo do Regimento da Casa, que por sinal, mais parece a Casa da Mãe Joana. Depois veio o Senador Álvaro Dias e o Senador Lindembergh. Eles entraram na discussão e a coisa se transformou num bate boca sem futuro e digno apenas de pessoas da laia dessas "excelências". Enquanto isso os Senadores gritavam palavras de ordem como "a senhora não respeita essa casa", "respeite o regimento". Um verdadeiro pandemônio.
Ninguém se entendia quando a Senadora Lúcia Vânia subiu a tribuna e ninguém deixou que ela falasse. Ela finalizou dizendo que o Senado tornou-se uma casa impotente e que havia presenciado um espetáculo deprimente. Em contrapartida, a Senadora Marta Suplicy lia requerimentos enquanto a baderna prosseguia entre os demais senadores.
Após esse espetáculo deprimente e vergonhoso por parte daquela Casa, às 23h39min foi solicitado um recesso para "acalmarem os ânimos”. Foi quando desliguei a televisão e indignado comecei a redigir esse desabafo.
É inaceitável e vergonhoso o modo como agiram os Senadores da República na Sessão Plenária que foi levada ao ar pela TV Senado. É vergonhoso ver Senadores se desrepeitando em pleno Senado, enquanto a saúde no Brasil mergulha num caos infernal. Pergunto agora, é assim que vamos construir essa Nação? Com bate boca sobre o Regimento Interno do Senado? Só sendo, pois o que presenciei foi uma luta pra ver quem tava mais por dentro das Leis Internas da Casa. Da Casa de Mãe Joana, só se for. E olhe que há mais respeito num prostíbulo do que no Senado Federal.
Era aproximadamente 23h59min do dia 1 de junho de 2011 quando aquela palhaçada terminou. Fecharam o Circo depois de toda confusão e nada de concreto ficou resolvido. Esse é o Brasil que nossos representantes estão construindo, e dessa maneira me envergonho de ser Brasileiro.
(...)
Maximus Decimus Meridius
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