"Água.
Água, não tens gosto nem cor, nem aroma; não te podemos definir; nós te bebemos sem te conhecer. Não és necessária à vida : tu és a vida. Tu nos penetra de um prazer que os sentidos não explicam. Contigo voltam a nós todos so poderes a que havíamos renunciado. Pela tua graça se abrem em nós todas as fontes estancadas do coração.
És a maior riqueza do mundo e também a mais delicada, ó tu, tão pura no ventre da terra. Pode-se morrer sobre uma fonte de água magnesiana. Pode-se morrer a dois passos de um lago de água salgada. Pode-se mesmo morrer possuindo dois litros de orvalho que retém alguns sais em suspensão. Não aceitas mistura, não suportas alteração, ó deusa esquiva...
Mas difundes em nós uma felicidade infinitamente simples."
Do Livro Terra dos Homens
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