"...eu vou dar a meu filho tudo aquilo que eu não tive!"
Comumente escutamos muitos pais - sejam pobres ou ricos - dizerem isso quando são questionados a respeito da criação de seus rebentos. Mais que os ricos, os que têm menos condições são os que mais insistem nessa máxima.
Todavia, é necessário analisar esta atitude sob a perspectiva dos tempos atuais. A tecnologia, o avanço do conhecimento em todas as suas dimensões, a técnica e o desenvolvimento cultural são ótimas lentes pelas quais poderíamos focar essa questão.
O que significa "dar tudo" nessa conjuntura? Para muitos é dar educação (de preferêrencia nos melhores colégios particulares), dar uma boa roupa (de "marca"), um bom calçado, uma gorda mezada; enfim, tudo o que a criança pedir. Fazendo isso os pais pensam estar criando bem seus filhos.
Não é ruim pensar assim, e alguns pais ainda acertam usando essa tática de "dar tudo;" mas uma coisa é "dar o peixe pronto, outra é ensinar a pescá-lo." Talvez seja pela falta da prática desse adágio que muitos pais pequem. Eles dão tudo aos guris e esquecem de dar-lhes o essencial: um exemplo a ser seguido através do diálogo e da filosofia mestre/aprendiz. Por exemplo: um notebook que você dá ao seu filho é uma faca de dois gumes quando você não estabelece os limites a ele. A criança hoje tranca-se no seu quarto com todo o aparato tecnológico disponível, e assim entrinchera-se em outro "mundo"; um mundo onde os pais são monstros invasores. Alienígenas que só aparecem para destruir seus sonhos e suas perspectivas de futuro.
Dar aos nossos filhos aquilo que não tivemos está além de dar um abrigo para seus corpos, alimentos para sua fome e dinheiro franco para suas necessidades. Importa dar-lhes aquilo que eles mais necessitam na fase de crescimento: o amor, o carinho, um lar estruturado onde impere o respeito mútuo e a certeza de que podem contar conosco para vencer os mais diversos obstáculos. E isso pode ser feito na medida em que lhes damos aquilo que nos foi negado (na maioria dos casos por falta de condições).
Urge ensinar às nossa crianças o verdadeiro valor das coisas, não apenas o "preço." Urge deixarmos de lado a visão consumista e nos questionar sobre aquilo que a Sociedade joga nas mentes dos nossos jovens. Só deflagrando uma revolução em nossos lares poderemos vencer a avalanche que insiste em tragar nossas famílias.
Essa é a primeira estratégia para fazer frente ao poder das drogas, da violência, da corrupção e da fraqueza moral que impera em nossa Sociedade. Dialogue com seu filho, dê a ele aquilo que ele necessita e o ensine a portar-se como um homem honesto, uma mulher honesta. Converse com ele (a) e verá que muita coisa poderá mudar. E no fim de tudo lembre-se: se você não faz, a rua faz! E os estragos podem ser irreversíveis.
(...)
Frank Castle
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