segunda-feira, 30 de julho de 2012

sábado, 28 de julho de 2012

Na Época da Ditadura ...


É MUITO BEM HUMORADO E MAS MUITO VERDADEIRO. . . 
Na época da 'chamada' ditadura...

Podíamos namorar dentro do carro até a meia- noite sem perigo de sermos mortos por bandidos e traficantes. Mas, não podíamos falar mal do presidente.

Podíamos ter o INPS como único plano de saúde sem morrer a míngua nos corredores dos hospitais. Mas não podíamos falar mal do presidente.

Podíamos comprar armas e munições à vontade, pois o governo sabia quem era cidadão de bem,quem era bandido e quem era terrorista,
Mas, não podíamos falar mal do Presidente.

Podíamos paquerar a funcionária, a menina das contas a pagar ou a recepcionista sem correr o risco de sermos processados por “assédio sexual”, Mas, não podíamos falar mal do Presidente.

Não usávamos eufemismos hipócritas para fazer referências a raças (Ei! negão!), credos (esse crente aí!) ou preferências sexuais (fala! sua bicha!) e não éramos processados por “discriminação” por isso, Mas, não podíamos falar mal do presidente.

Podíamos tomar nossa redentora cerveja no fim do expediente do trabalho
para relaxar e dirigir o carro para casa, sem o risco de sermos jogados à vala da delinqüência, sendo preso por estar “alcoolizado”,Mas, não podíamos falar mal do Presidente.

Podíamos cortar a goiabeira do quintal, empesteada de taturanas,
sem que isso constituísse crime ambiental, Mas, não podíamos falar mal do presidente.

Podíamos ir a qualquer bar ou boate, em qualquer bairro da cidade, de carro, de ônibus, de bicicleta ou a pé, sem nenhum medo de sermos assaltados, seqüestrados ou assassinados, Mas, não podíamos falar mal do presidente.


Hoje a única coisa que podemos fazer...

...é falar mal do presidente!

                                                                             ***
Enviado por um Leitor e editado por Frank Castle.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Impressões sobre a Cidadela, de Exupéry


É característica humana eleger preferências. De toda ordem elas existem e comprovam a assertiva. Países, cidades, lugares, alimentos, profissões, amizades e companhias afetivas, autores literários, compositores, artes no sentido amplo, opção religiosa são privilegiados ao longo de nossas trajetórias. A empatia tem origem profunda ou não, a poder inclusive surgir por mero acaso. Geralmente, a escolha feita tende a sedimentar-se ou servir, acúmulo certificado, para outras escolhas ramificadas daquela. Necessitaria o homem desses amparos a indicar-lhe o norte, e fazem parte de sua formação integral.
 
No final de 1958, estudava em Paris e, ao tocar nos cursos de piano de Marguerite Long, encontrei o ex-cônsul da França em São Paulo, Baron André de Fonscolombe. Diplomata na acepção, era também um amante da música, pois tocava e cantava com prazer. Convidou-me para ir ao seu apartamento na Avenue Hoche, nº 4. Nascia um relacionamento que se prolongou por um bom tempo. Depois, como diplomata sediado no Quai d’Orsay – corresponde ao nosso Itamaraty –, ele foi ocupar um outro posto fora da França.
 
Durante esse período, quase todas as quartas-feiras à noite jantava informalmente com Monsieur le Baron, em companhia de sua esposa, filhos, Simone de Saint-Exupéry, prima irmã do anfitrião, e um príncipe russo. Poderiam ser apenas reuniões triviais, não fossem as extraordinárias sessões após o jantar. André de Fonscolombe apagava as luzes e deixava apenas um abajur aceso. Simone, irmã de Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), sentava-se perto da luz, retirava de uma pasta algumas folhas e lia trechos de Citadelle, obra prima do piloto-escritor. Foram inúmeras as sessões de leitura nas quais, pausadamente, Simone enfatizava os escritos e os vários segmentos juntados, a fim de se chegar ao texto final, que seria publicado em 1959, com outras obras do autor, na coleção Bibliothèque de la Pléiade (France, NRF, 1008 págs.). Simone esteve à testa desse hercúleo trabalho, no qual não faltou a interpretação de palavras chaves de Citadelle, mas com significados diferentes no transcurso das narrativas que compõem o livro. Dissera que o trabalho fora imenso, pois Saint-Exupéry escrevia e por vezes deixava gravado alguns textos, que eram transcritos posteriormente. Fez-nos ouvir alguns desses registros com a voz do autor. Os textos de Citadelle, muitas vezes, remetem à mesma temática desenvolvida sob outros contextos. Após uma interrupção para a tizane, eu tocava num Erard de meia cauda peças que estava a estudar. Voltava-se à leitura e, por vezes, ficávamos a ouvir sentados sobre os tapetes. Ao finalizar, Simone respondia às nossas indagações a respeito de Citadelle como síntese do pensamento do ilustre humanista. A magia dessas reuniões planava sob a aura do personagem no sentido profundo de sua dupla ação: o piloto solitário que entendia a mensagem das estrelas na longas noites a sobrevoar continentes e oceanos, e o escritor que em sua obra maior, Citadelle, captava as reações humanas, boas e más, a interpretá-las. Nos solilóquios aos quais o autor se impõe na obra, há sempre a profunda reflexão sobre o homem e suas aspirações. Simone sabia traduzir-nos intenções ocultas contidas na criação e Saint-Exupéry penetrava-nos através de parcela de sua dimensão. Apesar de o piloto-escritor ter em mente o plano geral da obra, ela ficaria inconclusa. Todavia, a reunião de textos visando ao livro final publicado daria a este monumentalidade. Como afirma Simone de Saint Exupéry na apresentação de um glossário da publicação mencionada: a obra aborda todos os problemas da destinação humana e das condições do homem.
 
Tinha perdido com o tempo o contacto com os Fonscolombes. André já falecera, mas seu primo irmão, Bennoit de Fonscolombe, lembrou-me, neste ano, traços marcantes do diplomata-intelectual e de sua extrema generosidade. Foi graças ao Baron de Fonscolombe e a sua prima Simone que me encantei com a obra de Saint-Exupéry, que será motivo de posts futuros. Li sua opera omnia, apreendendo reflexões densas e profundas. Foi tão marcante essa influência que, em 2004, acometido de um linfoma com prognóstico plúmbeo, a levar-me a muitas sessões de quimioterapia, pensei à noite, poucas horas após o diagnóstico: qual o livro mais marcante dentre todos aqueles que me fizeram companhia ao longo da existência? Precisaria encontrar o equilíbrio a partir da família, dos amigos verdadeiros, da música, da fé e da leitura. Esta poderia corroborar a paz interior necessária a tudo suportar. Veio-me a mente Citadelle. Durante um ano e meio reli, antes de dormir, duas ou três páginas e refletia. Finalizei a leitura, quase quarenta anos após a primeira visita à obra. Realmente um monumento. Ajudou-me a reencontrar a paz relativa sempre almejada. A saúde sub judice, nessa trégua que me foi concedida por um Poder Maior, faz-me entender ainda mais o maravilhamento de Citadelle e…da vida, através do fervor, uma das palavras paradigmáticas do livro. E tudo teria começado através da inefabilidade dos textos lidos por Simone de Saint-Exupéry. 

Fonte: http://blog.joseeduardomartins.com/index.php/2007/11/09/antoine-de-saint-exupery-2/
Autor: José Eduardo Martins

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Por James Francis Ryan

segunda-feira, 23 de julho de 2012

O PRESIDENTE E O FUSQUINHA



Uma matéria publicada no blog do jornalista gaúcho Mário Marcos de Souza, sobre José Mujica, presidente do Uruguai, nos chamou a atenção. Nela é mostrado como vive o presidente "mais pobre do mundo", na consideração do jornal espanhol El mundo. De fato, é fantástica a simplicidade, o desprendimento do chefe do governo uruguaio. Em seus contatos, o jornalista relata que José Mujica, todos os dias embarca em seu Fusquinha azul de estimação, de 1.300 cilindradas e toma o rumo de seu pequeno sítio Rincón Del Cerro, nos arredores de Montevidéu, onde vive com a mulher, senadora da República - que é proprietária da área. A casa é discretamente vigiada por dois seguranças.
   
No fim do mês quando recebe o salário de 12,5 mil dólares como presidente do Uruguai, José "Pepe" Mujica, separa 1.25 mil (para si) e doa o restante, cerca de 90% a pequenas empresas e Organizações Não Governamentais que trabalham com habitações populares.
 
-Este dinheiro me basta, e tem que bastar porque há outros uruguaios que vivem com menos.
   
Além de sua casa no pequeno sítio, seu único patrimônio é o Fusca avaliado em pouco mais de mil dólares.
  
Como transporte oficial em vez de carrões com ar-condicionado dos demais presidentes, ele usa um Corsa. Sua mulher, a senadora Lúcia Topolansky, parceira de muitos anos, também doa boa parte de seu salário.
  
Em maio passado, o presidente ordenou que uma moradora de rua e seu filho fossem instalados na residência presidencial, que ele não ocupa por seguir morando no sítio. Ela só saiu de lá quando surgiu vaga em uma instituição de amparo aos sem teto.
 
O presidente uruguaio é um exemplar raríssimo de homem público que não se arroga do poder com soberba e utilização dos benefícios que o cargo lhes confere. Sua postura de humildade e decência têm gerado admiração e respeito em todo mundo e certamente, motivação de orgulho para seus compatriotas que o ver como modelo não só de governante, mas, de um  cidadão que  em consideração ao povo despreza os aparatos da função que exerce no poder.
  
O modo de viver e governar de José Mujica causa até inveja a nós brasileiros, por registrarmos serem nossos mandatários, os presidentes, sem exceção, muito afeitos a ostentação. Até governadores de Estado, não é incomum andar a bordo de carrões blindados, se deslocando pelas cidades com batedores com sirenes abertas para exibirem publicamente sua autoridade e poder. A exacerbação do ritual dos cargos em nosso país é a regra.
 
Quem sabe, um dia tenhamos um José "Pepe" Mujica governando nosso País, tão carente de homens públicos recatados. A esperança é o alimento da alma.

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Autor: Rubens Coelho - Jornalista - rubensfcoelho@hotmail.com
Fonte: http://www.gazetadooeste.com.br/opiniao-o-presidente-e-o-fusquinha-rubens-coelho-jornalista-rubensfcoelhohotmail-com-2725
Imagem: www.fuscaherbie.com.br

Enviado por um Leitor e editado por James Francis Ryan