"E quem quiser fazer-se grande entre vós será vosso servidor, e quem quiser ser o primeiro dentre vós será o vosso empregado, a exemplo do Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir." (Mt 20,27-28)
Foi-se o tempo em que o jovem optava pelo sacerdócio por vocação. Por entender que estava doando parte de sua vida por uma causa justa e pela manutenção do Reino de Deus.
Com a secularização, o conceito de sacerdócio mudou bastante. Deixou de ser uma vocação para transformar-se numa mera profissão. Em algo que não tem mais importância espiritual, visto que o lado materialista dos sacerdotes e da própria Igreja já ultrapassa todas as barreiras. O sacerdote de hoje assemelha-se ao mundo e busca somente o material, esquecendo de sua missão fundamental de apascentar as ovelhas do redil do seu Senhor, de dar um testemunho autêntico daquele a quem juram servir.
"O sacerdote deve ser pequeno e contemporaneamente grande, nobre de espírito como um rei, simples e natural como um camponês. Diante de um mundo mergulhado na violência e corrompido pelo egoísmo, o presbítero tem o dever de ser o homem da caridade."(L'osservatore Romano n°42,15/10/2011). Mas não é esse o testemunho que encontramos em nossos tempos. Pelo contrário, cada vez mais eles têm se distanciando do seu propósito, cegos pelo poder e guiados pelo lucro e pela ambição das finanças e das pompas mundanas. Enquanto isso, a comunidade morre, torna-se anêmica de Cristo e distancia-se do projeto do Criador.
Seria por demais injusto elencar aqui os maus exemplos dados por sacerdotes nos tempos atuais; todavia, ainda creio que a nossa Igreja pode reverter esse quadro. O sacerdócio pode voltar a ser uma vocação, um chamado ao serviço e à disponibilidade, não ao exibicionismo e à ganância do poder, vindo a ser um raio de luz a inundar as trevas que insistem em cair sobre o rebanho de Cristo.
Rogamos pois, ao Senhor da messe, modelo e inspiração de nossa vida, que nos ensine a compreender e a orar por esses pastores. Que nos dê um coração mais manso e humilde como o seu, e que toque no coração de todos aqueles que ainda hoje buscam no sacerdócio a satisfação de suas ambições e de sua busca pelo poder e pelo desejo de mandar no outro. Que todos aqueles que se dizem servidores de Cristo possam compreender que o presbitério é um serviço. À comunidade, ao povo de Deus. E que o Bom Deus nos perdõe pelas vezes que falamos mal desses servos convecidos.
Saulo de Tarso
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