sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O Preconceito da Operacionalidade

  

    O termo operacional é constantemente empregado nas diversas corporações militares, diz respeito àquele "que está em condições de realizar operações militares", define alguns parâmetros qualitativos e ao mesmo tempo gera um certo desconforto entre os militares.

   Cria-se assim o preconceito da operacionalidade, que pode ser caracterizado pelas inúmeras "panelinhas" existentes dentro das corporações. Os ditos operacionais tendem constantemente a rebaixar aqueles que são julgados inaptos a função operacional, ou que simplesmente não comungam das mesmas doutrinas, embora busquem aperfeiçoar-se de outras formas não tão banais. Estes são os "bagaços" - na visão operacional -  que não têm fibra e não servem para os traquejos da vida militar. Os Grupos Especiais estão cheios de operacionais, e nesse grupo seleto de operadores especiais não há espaço para os não-operacionais.

   Mas a verdade por trás de toda essa operacionalidade é bem mais triste do que se pensa. Esses especiais vivem a "tesourar" uns os outros. Gabando-se sobre quem é mais operacional ou não. Quem apanhou mais e quem resistiu mais durante a frescurada dos tais cursos de caveira. Quem escreve esse artigo, com certeza não sabe o que é isso, pois não é operacional conforme os padrões estabelecidos por esses "malhados no cacete" em busca de um brevêzinho de borracha com um crânio, uma faca , umas azinhas de sibito e um raiozinho. Mas o que esse não-operacional sabe é que quando a "pomba" despenca, ela não distingue quem é ou não operacional. Vai tudo pro mesmo pacote e o camarada se lasca do mesmo jeito.

   A operacionalidade pode até trazer alguma vantagem - essencialmente para aqueles que gostam de viver com o ego inflado, ou aqueles que vivem tentando provar alguma coisa para alguém - mas no fim das contas, todos são farinha do mesmo saco embora uma boa parte relaxe e não preze pela própria capacitação profissional e pela reciclagem daquilo que aprendeu outrora.

   Conhecimento por conhecimento, a internet tá cheio dele. Tanto para o mal como para o bem. Agora se para ser operacional eu tiver que apanhar de outro macho igual a mim, comer o pão que o diabo amassou e me submeter a condições sub-humanas por causa de uma manicacazinha mixuruca e uma vaga nessas panelinhas, to fora heim! E olhe que tem muito chupeta que paga caro só pra ter o prazer de apanhar e dizer que é bichão. Tá mais pra mulher de nêgo que só g#*! debaixo de pêia.

   Se ser operacional significar ser masoquista ou então coxinha, deixe o nobre agente intelectual na dele. Sendo operacional ou não, fazendo munganga ou não eu vou cumprindo minha função; e o mais importante é o fato de que no fim do mês o meu soldo ta na conta me aguardando pra eu pagar minhas continhas. E a operacionalidade que vá pra casa de chapéu, com todos os famigerados que lhe são adeptos.

Casey Ryback

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