terça-feira, 16 de novembro de 2010

Recomendação Literária

   A Obra que gostaria de apresentar e recomendar foi escrita pelo historiador Carlo Ginzburg e narra a História de Domenico Scandella, dito Menocchi, um italiano julgado pela Inquisiçao.
   O Queijo e os Vermes é uma obra salutar e merece a atenção do leitor, no que tange às ações da inquisição do século XVI em solo Italiano.
    Seguem dados do Livro:
   Título: O Queijo e os Vermes
   Autor: Carlo Ginzburg
   Editora: Editora Schwarcz Ltda/Companhia das Letras
   Sobre o Autor: Carlo Ginzburg ( Turim, 1939 ) leciona na Universidade da Califórnia (Los Angeles) e ministrou cursos no Instituto de Estudos Avançados de Princeton e na Universidade de Bolonha. Tem livros traduzidos em quinze línguas.
   Sobre a Obra: Ao pesquisar uma seita italiana de curandeiros e bruxos, o historiador Carlo Ginzburg deparou-se com um julgamento excepcionalmente detalhado. Tratava-se do depoimento de Menocchio, um moleiro do norte da Itália, que no século XVI ousara afirmar que o mundo tinha origem na putrefação: "Tudo era um caos, isto é, terra,ar,água e fogo juntos, e de todo aquele volume em movimento se formou uma massa, do mesmo modo como o queijo é feito do leite, e do qual surgem os vermes, e esses foram os anjos." Graças ao fascínio dos inquisidores pelas crenças desse moleiro, Ginzburg encontrou farta docuentação, a partir da qual pôde reconstruir a trajetória de Menocchio num texto claro e atraente, e desembocar em uma hipótese geral sobre a cultura popular da Europa pré-industrial.
   Onde comprar: www.estantevirtual.com.br

   Desejo-lhes uma boa leitora.

Dafoe

A Verdade do Dia

"Frequentemente não conseguimos aceitar os outros porque, não nos aceitamos a nós mesmos. Quem não estiver em paz consigo mesmo estará necessariamente em guerra com os outros. A falta de aceitação de si mesmo cria uma tensão interior, uma insatisfação, uma frustração que muitas vezes fazemos incidir nos outro, tornando-os bodes expiatórios dos nossos conflitos interiores."
                                                                                               (Jacques philippe)

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O Nascimento do Justiceiro

"Em certas situações extremas a lei é inadequada. Para inibir sua inadequação é preciso agir fora da lei, para fazer a justiça natural. Vingança não é um motivo valido, vingança é uma resposta emocional. Não, não é vingança, é punição."


  
   Há quem diga que a Justiça é igual para todos, que não faça distinção entre ricos e pobres e que sua balança nunca "penda" nem para um lado nem para outro. Mas estamos cansados de ver a Justiça falhar. Essencialmente a Justiça Brasileira, que acoberta corruptos, passa a mão na cabeça de ricos e pune severamente aqueles que não têm os devidos recursos em suas mãos.
   Não é justo confiar suas cartas num magistrado, e no fim das contas saber que ele não está nem aí para executar a Lei como devia. Tornou-se comum ver a impunidade judiciária e o descaso com que a magistratura legisla em nosso país.
   Estupradores, assassinos, corruptos, estelionatários, ladrões, traficantes e uma série de outros transgressores; todos acham uma brecha na Lei. "Habeas Corpus", "livramento de flagrante", "indulto", "bons antecedentes" e outras brechas. Tudo feito para acobertar malfeitores, e para acabar; um conjunto de Juízes, Promotores, Desembargadores, Ministros e Senhores da Lei. Todos com um parecer a favor do erro.
   Embora haja aqueles que não se corrompem e buscam fechar as brechas existentes, o sentimento de impunidade gera uma espécie de insatisfação e desconfiança com relação à Justiça. Nasce no interior do simples cidadão o sentimento da insatisfação, e a sombra do Justiceiro paira sobre ele. A vontade de fazer justiça com as próprias mãos.
   Justiça que deveria começar pelos grandes escalões. A chuva cai de cima para baixo, não de baixo para cima. Surge a vontade de eliminar os agentes corruptos, aqueles que corrompem a Lei e geram as "inadequações." Arrancar a faixa hipócrita da visão da Justiça. E logo depois, ajustar a balança, exterminando impiedosamente aqueles que transgridem a Lei, semeam o terror e causam toda espécie de desgraça no seio da Sociedade. E isso pode ser feito lançando-se mão das táticas mais infalíveis de combate ao crime e a inadequação da lei.
   Jamais seria vingança, mas sim a aplicação correta da pena. A verdadeira face da Justiça, o expurgo dos que mancham os átrios sagrados da Sociedade a concretização dos ideais verdadeiramente justos. O fim da injustiça; o fim da impunidade, e no fim das contas: a punição.

Castle 

A Verdade do Dia

Quando trabalhamos só com mira nos bens materiais, construímos nós mesmos a nossa própria prisão. Encarceramo-nos, sozinhos com as nossas moedas de cinza, que não compram nada que valha a pena viver.                                                                    
(Saint-Exupéry, Terra dos homens)

domingo, 14 de novembro de 2010

A Verdade do Dia

 "Encontrar uma meta e manter o passo firme em direção as coisas que estão no alto é próprio daqueles que sabem superar os desafios e que não se deixam abater diante das dificuldades."                 
                                                                                                                     Pe.Léo(Buscai as coisas do alto)

sábado, 13 de novembro de 2010

A VERDADE DO DIA

É preciso cavar para mostrar como as coisas foram historicamente contingentes, por tal ou qual razão inteligíveis, mas não necessárias. É preciso fazer aparecer o inteligível sob o fundo da vacuidade e negar uma necessidade; e pensar o que existe está longe de preencher todos os espaços possíveis. Fazer um verdadeiro desafio inevitável da questão: o que se pode jogar e como inventar um jogo?
(Michel Foucault)

O PROCESSO EDUCACIONAL BRASILEIRO

A educação no Brasil não é uma realidade da qual os brasileiros possam se orgulhar com magnitude. O processo educacional deste país tem sofrido oscilações de aplicação e de vivência absurdas. Não à toa ocupamos o 72° lugar, segundo relatório da UNESCO, no ranking mundial: há quem se orgulhe desta colocação, no entanto, apenas aqueles que vivem a educação do Brasil sabem o que isso significa.
Desde o início de nosso processo educacional, com os jesuítas, religiosos católicos que inauguraram a educação neste país, até os nossos dias, é difícil observar, de modo palpável, crescimentos significativos no que tange ao todo daquilo que se entende por educação. Corremos o risco de ser redundantes, mas, acentuamos, uma visão holística da educação. Essa visão significa também observar a realidade de cada estado, região, as condições econômicas, sociais, religiosas e demais necessidades nas quais estão inseridos. É relevante salientar isso, pois muitos dos modelos educacionais aplicados até então foram pensados segundo um determinado grupo de educadores, ou não, e aplicados uniformemente em todas as federações.
Embora haja momentos de profunda dor na história da educação brasileira, e os historiadores são enfáticos ao relatarem esse processo, há esperanças de um progresso. A última Conferência Nacional da Educação, a CONAE, em seu relatório final, expressa que a educação, pautada na organização de políticas públicas, orientar-se-á quanto às relações étnico-raciais; à educação quilombola; à educação especial; à educação do campo; à educação indígena; à educação ambiental; ao gênero e à diversidade sexual; Em relação a crianças, adolescentes e jovens em situação de risco. A Conferência visa planejar um plano educacional para um prazo de 10 (dez) anos: ou seja, durante o período entre 2011 a 2020. Se forem honrados necessária e precisamente os itens qualificados como relevantes acima descritos e que se encontram no relatório final da Conferência, podemos ter esperanças quanto ao sistema de educação aplicados no Brasil, considerar como verdadeira a afirmação feita no site do PNUD: “O Brasil está em uma posição privilegiada em quase todas as metas propostas pelo Educação para Todos e recebeu elogios no Relatório.” Embora assevere a seguir: “No entanto, a questão da qualidade é um problema. Estamos perto do acesso universal, no entanto, a capacidade pedagógica, o treinamento e o salário dos professores ainda deixa muito a desejar.”
Contudo, as esperanças não podem nos fechar os olhos perante as realidades a que somos submetidos todos os dias. A educação continua em uma situação de decadência e necessita de urgentes reformas institucionais e de aplicação. Prova disto é o último acontecimento divulgado pela mídia brasileira a respeito da prova do Exame Nacional do Ensino Médio, o ENEM. Não bastasse o escândalo ocorrido com prova anterior, em 2009, no qual foram vendidas provas e milhares de estudantes ficaram em situação de prejuízo, também, não podemos desconsiderar, de vulnerabilidade emocional, consequentemente, este ano um novo problema: milhares de jovens novamente prejudicados com a imprecisão e irresponsabilidade na execução da prova. Por “esquecimento” da gráfica, 21.000 (vinte e um mil) provas ficaram sem serem conferidas, proporcionando, com efeito, que questões ficassem sem respostas e outras com dupla resposta. Essa situação beira ao ridículo: o descaso para com o compromisso com a educação toma proporções imensuráveis e o desrespeito pelos estudantes a cada dia é mais visível.
O escândalo do ENEM 2010 fez com que o líder do DEM, Paulo Bornhausen, pedisse demissão de Fernando Haddad, Ministro da Educação, argumentando: “Esse ministro precisa ser demitido. Ele mexeu com uma coisa preciosa que é o futuro da juventude. Os jovens foram ludibriados. Milhões de pessoas apostaram nessa prova o seu futuro, a sua profissão e tiveram que arcar com uma enorme frustração.” A indignação de Paulo Bornhausen tem sua razão de ser: os maiores prejudicados nesta grande confusão serão os alunos que prestaram a prova e que, para isso, dedicaram um enorme esforço de suas vidas e tempo de seus estudos para se prepararem para ela. O que está em jogo neste momento é a credibilidade de tal avaliação, evidentemente, pois ela faz parte já de uma cultura instaurada na sociedade e está envolvida nos meios políticos da educação; mas está na pauta também os esforços dos jovens estudantes que se dispuseram a prestar a referida prova. O Presidente da República não demonstra uma preocupação tão saliente: “Tem muita gente que quer que afete porque até hoje tem gente que não se conforma com o Enem, mas, de qualquer forma, ele provou que é extraordinariamente bem sucedido", assegurou o presidente em Maputo, capital de Moçambique, no último dia 08. Ao fim da entrevista ao jornalista, enfatizou sua afirmação: “O Enem foi um sucesso extraordinário, já que foram mais de 3 milhões de jovens que participaram da prova. O dado concreto é que na conversa que eu tive com o ministro Haddad ontem (anteontem), o sucesso do Enem foi total e absoluto”. Aos leitores cabe a melhor interpretação!
O fato é que injustiças continuam acontecendo repetidamente no meio educacional. A educação pública continua precária e submetida à educação privada. Embora o sistema educacional do Brasil seja o mesmo para ambas as instituições, tanto a pública quanto a privada. Já demos significativos passos em relação a um progresso que possa gerar a vida de nossa educação, mas inda nos falta perceber o cerne desta: o ser humano. Enquanto as pessoas não forem colocadas em primeiro plano nos “planos de governo” a educação não será nunca uma prioridade para a nação; e isso se aplica à cultura, ao esporte, ao laser, à saúde. Não basta estar escrito nos papeis apenas, tem de exercer aquilo a que se propõe: não basta fazer inúmeras conferências e, delas, belos documentos: há, o entanto, que se educar, educar para a educação!
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