(Amazan)
Quem hoje não possui um celular que "tira foto" e filma? E desgraças como acidentes de trânsito, homicídios e demais sinistros sempre vêm acompanhadas de espectadores com suas maquininhas nas mãos nervosas flagrando os últimos suspiros da vítima agonizante.
Primeiro a foto das tripas, dos ossos expostos e da massa encefálica espalhada no asfalto; depois, se der certo e tiver tempo (e boa vontade), uma ligação pro SAMU ou pro 190 para avisar do acontecido. E enquanto os transeuntes "batem suas fotos" para postarem ou venderem a algum blog sensacionalista, o miserável morre de hemorragia e dá adeus a vida promovendo um espetáculo macabro para todos os urubus ao seu redor.
Repulsivo, não? (palavras do Pica Pau), mas apenas uma questão de ótica. Se fosse a vítima que estivesse de espectador o resultado talvez fosse o mesmo.
O que é inaceitável nisso tudo, é que essa prática infelizmente transformou-se em questão cultural. Com o advento das tecnologias de comunicação a vida simplesmente foi relegada a um segundo plano. Foi banalizada por completo. A notícia em primeira mão deu lugar ao "amor pela carnificina" e como diria nosso patrono, "o mal é da época: o homem nada mais significa.(...) Tenho a impressão de marchar para os mais negros tempos do mundo."
De tempos negros, creio que estaremos rumando para os tempos escarlates; tempos de sangue, ossos, massa encefálica, tripas e flashs. Muitos flashs...
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Por Casey Ryback
é complicado, o mundo ta moderno e assustador au mesmo tempo, não sei se isso é bom ou ruim só sei que é assim agora.
ResponderExcluirRealmente Fábio, é muitíssimo complicado. As pessoas têm se deixado levar pelo "momento" da desgraça alheia e se esquecido do que poderíamos chamar de "filosofia do Bom Samaritano". A notícia é algo importante, mas não pode vir acima da vida do ser que se noticia. Obrigado pelo comentário e pela sua contribuição. Bem vindo a ACIR.
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