terça-feira, 9 de outubro de 2012

Desabafo de Um Católico



“Você se deitava e se prostituia no alto de qualquer colina mais elevada ou debaixo de qualquer árvore frondosa.” (Jr2, 20)

“Deus não faz diferença entre as pessoas.” (Gl2, 6)

“... entre vós não seja assim...” (Mc 10,43)

O senhor vai-se arrepender de suas brincadeiras, jogando a Igreja contra Antônio Morais. Uma vergonha, uma desmoralização!” (Auto da Compadecida)



Não é de hoje que a nossa Igreja Católica Apostólica Romana vive á sombra dos Poderosos, primando pelos seus interesses pessoais e esquecendo-se do rebanho que lhe foi confiando por Aquele que a desposou.
    
   O mais lamentável talvez, não seja essa submissão cega da “autoridade religiosa” a “autoridade secular”. O mais lamentável é a falta de palavra de nossos pastores (ou a incapacidade de mantê-la diante de seus superiores) e a sua acepção descarada por aqueles mais favorecidos ou aqueles que lhes convém apoiar. De um homem, a única coisa que se aproveita é a palavra. Nos tempos de outrora o homem valia não pelo que possuía de bens materiais, mas pela palavra que empenhava. Mas os tempos mudam.
    
   Como Católico – independente de conotação política – sinto-me envergonhado diante da falta de palavra (ou como disse anteriormente, daqueles que o tenham forçado a quebrar sua palavra) de nosso pastor, que no púlpito gritou a plenos pulmões que no domingo (07/10) haveria apenas duas missas e que a Matriz de São João Batista seria fechada. Lacrada – para todo e qualquer cristão - e somente aberta na segunda feira após o pleito, “chorando quem perdesse e comemorando quem ganhasse.”
    
   Subtende-se ou subtendia-se naquela homilia que essa atitude refletia a posição do sacerdote em não se envolver em polêmicas partidárias; mas em casa que duas pessoas mandam não se pode confiar que a palavra empenhada possa ser cumprida por uma das partes. Embora não tenha partido do Titular da Paróquia – se é que ele não estava a par da situação – essa atitude só veio reforçar a ideia de que não há como acreditar que a Igreja faz a opção pelos pequeninos e é totalmente isenta e imparcial diante dos fatos. Que ela esteve e sempre estará ao lado daqueles que detém o poder, e que não há nenhum empenho em se desapegar do poder terreno, isso ninguém tem dúvida; e ficou perfeitamente claro com essa atitude.
    
   É público e notório que a Instituição que escolhi para viver e morrer apenas usa em favor próprio o nome e a imagem daquele que ela alega representar terrenamente. Quando falo isso não quero generalizar, pois ainda existem clérigos empenhados em desmistificar essa submissão da “autoridade religiosa” a “autoridade secular”, em especial àquela que é política. Mais uma prova daquilo que pus em negrito acima como destaque nas palavras do Profeta Jeremias, do Evangelista Marcos, do Apóstolo dos gentios e do sábio Suassuna; este um dos melhores “pintores” da realidade da Igreja.
    
   Gostaria de deixar claro também, que respeito e admiro a pessoa do nosso Administrador e que não será esse triste fato que irá abalar nossa amizade. Ninguém é perfeito, e completamente isento de influências. A grande verdade, por outro lado, é que ele ou o outro são membros de uma Instituição que se vende a quem dá mais e, portanto, submete seus subordinados a esses vexames. Mais uma prova de que “todo mundo tem o rabo preso”.
    
   A única coisa que não muda depois disso é a certeza e a convicção de que somente Cristo vale a pena. Se é que daqui a pouco não vão destroná-lo e no seu lugar colocar um manda chuvas mais “poderoso”.
    
   Fico triste com isso. E indignado como Católico e não como “ser político” – pois não dependo de nenhum dos concorrentes para colocar o pão em minha mesa, muito menos recebi nenhuma proposta tentadora que me levasse a tender para nenhum dos lados e estaria fazendo o mesmo se isso ocorresse com o “do lado de lá” – finalizo com as sábias palavras de Dom Eugênio Sales: se ser conservador é ser fiel a Jesus, é o que eu quero ser. Se é se negar a defender as pessoas e a cumprir o Evangelho, aí não.”
    
   Que esse triste fato (de repercussão negativa e vergonhosa) sirva de exemplo, e que nossa Igreja veja a quem realmente ela está valorizando com suas atitudes e suas escolhas.

***
Fonte da Imagem: http://www.blogdovt.com/

  Por Maximus Decimus Meridius



                                                                                              


7 comentários:

  1. Vergonha, vergonha, vergonha, como um dia na minha mais pura inocencia pude acreditar em voces, de hoje por diante ja sei que meu DEUS, nao esta em nenhuma igreja, esta no meu coracao, nao esta em nenhum lado, e sim ate entenderia se estivesse do lado dos que necessitam, dos pobres de verdade, nao envolvido em politicagem, que vergonha....

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  2. É realmente um triste fato, prova concreta que a Igreja se vende. Seria admissível - para ambos os candidatos - a visita a Matriz após o pleito (para agradecer ou lamentar) se a Igreja estivesse "aberta" e não fechada como o pároco disse que ficaria. Seria compreensível. Igreja aberta é para todos. Agora sair com a desculpa de que vai fechar e depois abrir assim é descaramento. É para "uns e outros não". Cristo se envergonha desses "pastores".

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  3. A Igreja de duas palavras, dos dois pesos e das duas medidas. Fica desacreditada uma Instituição que prima pelos interesses pessoais e que depois lança epístolas e recomendações referentes a "politicagem" e depois comete uma gafe dessas. Como disse o amigo Ryback, ou é pra todos ou não é pra nenhum. Fechar pra todos e depois abrir só para um, não só definiu de que lado a Igreja está como também confirmou o interesse pelo "braço secular". Prova concreta daquilo que falou nosso fundador em sua postagem. "De um homem, a única coisa que se aproveita é a palavra." Desses sacerdotes a única coisa que fica é a homilia. E olhe lá se com elas eles não quiserem começar a corromper e a comprar a consciência do Povo para depois vendê-la a quem der mais. Como diria o bispo do Auto da Compadecida: Uma vergonha, uma desmoralização!

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  4. Acho que não foi problema algum ele entrar na igreja
    1 ele não estava sozinho com ele acompanhava muitas pessoas ...
    2 se ele quis agradecer a Deus por mais uma vitoria não era problema algum ...
    O nosso querido padre tem uma amizade muito sincera com o nosso querido prefeito ...
    Agora se você está dispeitado com a derrota aii é problema seu , maiis use beem suas palavras ...
    Porque você está atacando as duas maiores autoridades daqui de Assú ...

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    1. Estamos chegando aonde a ACIR queria. Essas duas coisas nós já sabemos, mas ao que parece você não focalizou bem a postagem. Ao contrário do que diz, o "dispeitado" não sou eu e o foco não era esse. Releia o texto, por favor. Não desejo atacar ninguém, apenas mostrar que ao que parece o Titular foi ludibriado e forçado a quebrar sua palavra, e que nossa Igreja não vive o que prega. Ou você não escutou a homilia dele antes do pleito? Não a do "querido amigo", mas a do Titular. A questão aqui não é político A ou B. Abra sua mente, por favor. A ACIR não depende de nenhum dos dois. Por fim, não estamos atacando ninguém. Volte sempre. E obrigado pelo comentário.

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    1. "Et cognoscetis veritatem, et veritas liberabit vos". A verdade, meu caro José é ninguém está nem aí para verdade, e no fim de tudo ela é sempre distorcida. O nosso objetivo não tem nada a ver com politicagem (a qual repudiamos), embora a foto seja do Vencedor (podia ser também a do Perdedor, se ele também tivesse "uma amizade sincera" com o pároco emérito). Não queremos mostrar que ele entrou - cada um entra onde quer - na Igreja. Queremos apontar a falta de PALAVRA e a SUBMISSÃO da Igreja ao poder terreno; a falta de COERÊNCIA entre aquilo que se PREGA e aquilo que se VIVE no seio da Santa Madre. A verdade acaba de ser dita...Obrigado pela visita e pelo comentário. Volte sempre aos Críticos.

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