“Aquele
que vive pela espada, morrerá pela espada” (Mateus 26,52)
Quando atirou a
primeira pedra - no tempo das cavernas - e viu o potencial destrutivo da sua
ação, o homem descobriu uma das formas mais vis de praticar o mau e a injustiça: a covardia de tirar a vida do semelhante.
Covardia. Essa é a palavra correta para
designar a ação do homem que tira a vida de seu semelhante por meio de ardis
como armas de fogo, emboscadas e táticas que não oferecem nenhuma defesa àquele
que tem sua vida ceifada de modo violento.
A morte violenta, embora justificada, não é
um sinal de prevalecência do mais forte. Pelo contrário, é a assinatura de um
atestado de que quem mata é incapaz. Incapaz de conviver com o outro. De ser
superior a todo e qualquer obstáculo que a vida lhe opõe. Há muita diferença no
ato de reagir à determinada ação e dela subtrair a vida de outrem, e planejar a
morte e alguém por motivos não raramente fúteis e banais.
Certos também, de que a vida obedece a uma “ordem
cíclica”, e que “pagamos aqui” o bem ou o mal, aquele que mata sem dar chances
de revide é covarde porque se julga incapaz de estar cara a cara com a vítima e
dizer-lhe aquilo que deseja. Talvez essa abordagem da morte seja um pouco
simplória, todavia, é uma verdade que precisa ser engolida por aqueles que
tendem a usar da emboscada, da surpresa e dos ardis vergonhosos para matar.
O uso da arma de fogo – seja qual for o seu
potencial de alcance – é vista dessa maneira como uma extensão do braço do
agressor. Mais uma forma que aponta a incapacidade de aproximação, a certeza da
covardia, o medo de se aproximar, a incapacidade de ser Homem. Visto por essa
ótica, o homicídio nas circunstâncias elencadas acima não passa de uma forma
grotesca pela qual o Homem se mostra incapaz de conviver com o Mundo ao seu
redor.
A mão por trás do gatilho, a mão do covarde.
Essa é a verdadeira face do Homem, que incapaz de conviver com o seu
semelhante, arma-lhe uma emboscada e ceifa-lhe a vida covardemente. Não há
outra definição, embora no decorrer da vida tenhamos que optar pela nossa
própria existência.
E para que ninguém se esqueça da Lei da
Ação/Reação, Cristo mais uma vez nos deixa seu ensinamento: “aquele que vive
pela espada, morrerá pela espada.”
(...)
Frank
Castle