quarta-feira, 14 de junho de 2017

Polícia Militar: uma Instituição fajuta, amordaçada e sem Identidade





"Ave, Caesar,morituri te salutant"

   Quem não conhece a Polícia Militar Brasileira a culpa de truculenta, racista; e se deixa levar pelas falácias esquerdistas sem perceber a verdadeira importância dessa Instituição tão apedrejada, incompreendida e desvalorizada. Quem dela está fora, dificilmente a olhará com bons olhos; e agora, alguém de dentro deseja falar um pouco, como um desabafo e também um libelo.

   A grande verdade, é que a Polícia Militar é uma mera caricatura das Forças Armadas. Há quem diga que quando o Criador arquitetou o Universo e depois de tudo feito, um certo alguém começou a ver que tudo era perfeito. Dentre as diversas obras estavam as Forças Armadas. Aquele certo alguém, vendo uma obra tão perfeita (naquela época) não quis ficar pra trás e criou o que hoje conhecemos como a Polícia Militar. Uma Instituição de dois pesos e duas medidas, divididas entre praças e Oficiais; que vive de aparências, pior do que o homem ou mulher que mantém um casamento de fachada. Uma Instituição governada por um homem que sequer é militar, muito menos conhece o que quer que seja do Militarismo. Uma Instituição que vive do suor dos Cabos e Soldados, e onde Sargentos se aliam aos Oficiais numa submissão canina e vergonhosa. Uma Instituição que se aproveita de códigos arcaicos e das chances de promoção dos pequenos peões para os explorar com escalas análogas à escravidão. Uma Instituição que derrama seu sangue nas ruas, mas que é espezinhada por Juízes e Promotores em audiências que mais parecem comédias....

   Essa é a face oculta da Polícia Militar. Uma Instituição que poderia ser a mais perfeita engrenagem social jamais vista, mas que se esconde na mesquinhez e nos egoísmos de seus Comandantes por meio de ordens absurdas e arbítrios covardes. E se alguém pensa que esse desabafo relaciona-se ao Militarismo engana-se. Nas sábias palavras de Alfred de Vigny "O soldado é um pobre glorioso, vítima e algoz, bode expiatório diariamente sacrificado a seu povo e para seu povo, que o escarnece." Não é o Militarismo que está errado, mas sim os covardes que dele se aproveitam para sobressair-se sobre os demais.

   E para que ninguém pense que todos são iguais, existem aqueles que nela ingressaram com algum ideal ou humanismo, levados pela crença no bem da Sociedade e na Camaradagem. Só que na Polícia Militar a coisas acontecem ao contrário. Aquele Soldado, Cabo ou Sargento que lutou toda sua vida, cumpriu suas obrigações e foi fiel ao Juramento não tem para os Donos da Instituição o mínimo valor. E são esses Donos que vão colocar-lhe a corda no pescoço, escorraçá-lo e negar-lhe o menor dos direitos...

   

(...)

De um Soldado da Polícia Militar

terça-feira, 13 de junho de 2017

Estamos de volta







"Homem, é em primeiro lugar aquele que cria."
                                                         Saint-Exupéry

Como a Universidade destrói o Ser Humano



Eis um belo texto, de autoria de Tom Martins, que nos convida a refletir sobre o clima em nossas universidades atualmente

A nação dos zumbis

08/09/2016

Como gerações de brasileiros são atualmente vítimas de um dos maiores e mais bem-sucedidos processos de lavagem cerebral massiva da História.

Recentemente vimos a chocante notícia de uma garota que perdeu um olho num protesto de esquerda. Por que uma jovem estudante, bonita e com alguma estrutura familiar pode aceitar de bom grado o risco de entrar numa guerra, a ponto de perder um olho, para defender um governo que cortou 6 bilhões de reais da educação que ela pensa defender? Como a defesa de um governo atroz, que levou o país a uma grave crise sem precedentes, pode se tornar a meta principal da vida de milhares de jovens? Como tamanha despersonificação acontece?
Podemos afirmar, segura e enfaticamente, que a lavagem cerebral esquerdista coletivista é um problema grave e preocupante do Brasil (e do mundo) atualmente. Vemos isso no establishment democrata norte-americano, no fundamentalismo islâmico e nos movimentos de adolescentes e jovens bolivarianos na América Latina. China, Rússia, Coréia do Norte, todos são vítimas da lavagem cerebral esquerdizante (ou seja: socialista, coletivista, totalitária e autoritária, em seus diversos matizes) em maior ou menor grau.

São cenas comuns no Brasil atual (assim como eram na China maoísta) os escrachos públicos, aulas interrompidas à força, denúncias contra supostos inimigos, amizades e mesmo relações familiares que se deterioram por conta de ideologia política, filhos denunciando pais, além de transformações físicas e um código de linguagem próprio das vítimas da lavagem cerebral ideológica.
O conceito de lavagem cerebral foi proposto pelo psiquiatra americano Robert Jay Lifton, professor de Harvard, que é a maior autoridade no mundo em estudos sobre guerra política, controle mental e psico-historiografia.

Em seu livro[1] de 1961, Thought Reform and the Psychology of Totalism: A Study of “Brainwashing” in China (The University of North Carolina Press, 1989), resultado de uma pesquisa realizada a partir de 1953 com cidadãos americanos prisioneiros na Guerra da Coréia e também com exilados da China maoísta que sofreram doutrinação ideológica nas universidades chinesas, Lifton mergulhou nas variadas técnicas coercitivas usadas na China comunista, cunhando o termo “thought reform”, (reforma do pensamento) e descrevendo as suas principais características, além dos métodos que causam tal deturpação psicológica, moral e cognitiva.

A boa notícia é que, segundo seus estudos, o ser humano não é intrinsicamente cruel e somente em raros casos de sociopatias a pessoa é capaz de ser induzida a cometer crimes e atrocidades sem um grande sofrimento e dano emocional. A má notícia é que é muito fácil fazer uma pessoa “normal” cometer tais crimes.

Em outro livro, The Nazi Doctors: Medical Killing and the Psychology of Genocide (1986), Lifton estudou os inúmeros casos de médicos alemães – pessoas comuns – que justificavam e racionalizavam a própria participação nos sinistros experimentos do nacional-socialismo alemão, blindando-se psicologicamente desses grandes traumas.

A doutrinação pode ocorrer em vários níveis, seja um psicopata sedutor que obceca sua vítima, passando pelos famigerados líderes de seitas, grupos políticos e paramilitares, até a doutrinação em nível governamental e estatal, auxiliada pelo aparato cultural (universidades, igrejas, mídia, etc.).

O conceito de doutrinação poderia ser confundido com o princípio da educação, não fosse por uma grande diferença: a educação é um processo pessoal, a pessoa deseja educar-se e escolhe o que irá aprender, a educação visa a liberdade e a autonomia. Já a doutrinação é realizada a despeito da vontade da vítima e visa a submissão e o controle mental. Não é à toa que os campos de concentração da URSS e da Alemanha nacional-socialista eram chamados de “campos de reeducação”.

Atualmente no Brasil há uma hegemonia de esquerda, ou comunista, socialista, progressista etc. (são sinônimos, de fato) e temos gerações e gerações de brasileiros doutrinados, vítimas desse contexto histórico. As evidências disso são muitas, de livros didáticos completamente deturpados e professores doutrinadores até as transformações radicais morais, físicas e psíquicas em jovens cooptados pela esquerda.

O perfil (censurado inúmeras vezes nas redes sociais) @AntesDepoisdaFederal revelou recentemente centenas de casos reais de jovens se transformando em seguidores radicais e fanáticos do culto esquerdista, vítimas de um processo exatamente idêntico ao de uma seita pós-apocalíptica. Engana-se quem pensa que esse é um perfil de humor. Ao contrário, essa iniciativa é um alerta, é uma página que revela histórias tristes, verdadeiros dramas da existência humana.

Portando urge debruçarmo-nos sobre a questão da doutrinação ideológica e lavagem cerebral em curso no Brasil para que não sejamos vítimas dos mesmos erros do passado.

Segundo Lifton, os principais meios de controle mental são:

1. O controle do pensamento
Não se lê ou estuda material contrário ao grupo. Não se fala sobre determinados assuntos, não se usa determinadas palavras. Exatamente como ocorre nas universidades brasileiras, na mídia e nos meios culturais. Pode haver isolamento físico e censura.

A obra de Pascal Bernardin, Maquiavel Pedagogo ou O Ministério da Reforma Psicológica (2005) descreve, com base em documentos oficiais, as técnicas de manipulação psicológica e sociológica levadas a cabo pelos organismos globalistas, particularmente a ONU, UNESCO, OCDE, Conselho da Europa e Comissão de Bruxelas, e aplicadas pelos governos de boa parte do mundo.

2. Hierarquia

A vítima é convencida da autoridade absoluta do líder.

Neste vídeo vemos um fenômeno comum: uma liderança obriga o entrevistado a parar de falar. Em outros vídeos desse canal, além das vítimas serem censuradas, são instigadas a reverberar bovinamente aos gritos e sem pensar, tudo o que a liderança fala, numa tática de protesto bastante impressionante chamada “microfone humano”.
O psicólogo Stanley Milgram realizou um famoso experimento no qual um professor mandava os alunos darem choques mortais em cobaias humanas, sem saberem que tais choques eram falsos. Dois terços dos alunos aceitaram dar choques violentíssimos e mortais em seus semelhantes só porque o professor mandou.

Foram bastante divulgados os casos de abuso das lideranças do grupo “Fora do Eixo”, que é um dos maiores exemplos de lavagem cerebral de alto nível, que conta inclusive com o fator “isolamento físico”, visto que seus integrantes vivem de certa forma apartados da família e da sociedade. As semelhanças entre as técnicas de manipulação mental usadas por Pablo Capilé e Jim Jones são gritantes[2].

Cada palavra carregada de sentimentos amorosos do líder (que pode ser desde um professor, um diretor do centro acadêmico, um artista até um político ou governante) é um gatilho para a obediência cega.  O processo mental de submissão à liderança não é racional, mas sentimental. Não interessam os resultados das ações dos líderes, mas o sentimento que evocam e dizem representar.

Há um livro infanto-juvenil quase profético do escritor Pedro Bandeira, chamado “A Droga da Obediência”. O socialismo, de fato, é a verdadeira droga da obediência.


3. O mundo dividido

Há os “bons” (o grupo) e os “maus” (todo o resto). Não existe meio-termo. Ou você é um “coxinha” malvado que odeia pobres no avião ou é um “progressista” com consciência social. Ou você vota na Dilma e é enquadrado no grupo dos iluminados ou fala bem do Bolsonaro e é um estuprador racista fascista homofóbico neoliberal.

Parece óbvio que, para quem está convencido de ter a solução dos problemas do mundo, os que não concordam com sua visão devem ser exterminados. O cinegrafista Santiago Andrade foi morto por jovens que odeiam a imprensa livre e acreditam estar fazendo o bem.

Os maiores genocídios da Humanidade ocorreram pelas mãos de jovens utópicos e idealistas que acreditavam poder criar um mundo perfeito.

O nazismo não surge pedindo câmaras de gás para judeus, e sim “espaço vital para o povo alemão”; Lenin não fez a Revolução Russa em nome do Gulag e dos paredões, mas pedindo “pão e terra” para o “proletariado”.[3]

4. Delação

São famosas as histórias de filhos chineses, soviéticos, vietnamitas, cambojanos e norte-coreanos delatando os pais para ganhar status com os líderes. Hoje presenciamos, no Brasil, o mesmo fenômeno. Filhos que renegam os pais, envergonham-se deles e os denunciam às “lideranças”, que pode ser o professor do cursinho, o colega do DCE ou mesmo expondo os pais nas redes sociais.

A cultura da delação assume a forma da hiper-judicialização da vida em sociedade e nunca é imparcial. Qualquer um, caso não comungue dos ideais da seita, pode ser denunciado ao estado por uma mera palavra ou frase mal interpretada. O mote é “vou te processar”, geralmente por crime de opinião e quase sempre sem nenhum fundamento. Já se um membro da seita realmente comete calúnia, injúria, difamação ou incitação ao crime, o caso é abafado. O militante tem carta branca para publicar, por exemplo, que deseja que uma jornalista oposicionista seja estuprada.

Em outro nível de atuação, pode haver o auxílio da imprensa e dos agentes culturais, assassinando as reputações de opositores e blindando a sua própria militância.

5. A Grande Verdade

O mundo é explicado com regras próprias e, mais importante: há soluções para se construir o Paraíso Terreno. Tais soluções são inquestionáveis. “O socialismo é a única doutrina que oferece respostas e salvação”. Negar isso é mais que negar a própria salvação, é ser contra a salvação de todas as outras pessoas. Quem é contra a salvação dos outros só pode ser uma pessoa maligna mesmo, que merece ser fuzilada no paredão e presa em campos de concentração. Tal é o “raciocínio” (entre aspas, pois não é um processo racional, mas sentimental) da mente lavada.

6. Código secreto

Há termos próprios, às vezes incompreensíveis, gírias, figuras de linguagem, mesmo a maneira de pensar, se vestir ou falar. Isso acontece no PCC (aquele dos bandidos, quero dizer, dos bandidos da cadeia e não dos livros de História) em São Paulo: as gírias são o código que caracteriza o membro como ainda condiciona seu pensamento. Acontece muito nos movimentos socialistas também, veja só que curioso.

A linguagem é um fator importantíssimo e essencial, é ela que vai disparar os gatilhos sentimentais na massa de militantes, é ela que vai envolver os discursos das lideranças com uma roupagem de boas intenções, é ela que fará milhares de pessoas marcharem por causas que nada conhecem (por exemplo, o direito trabalhista “dignidade”).

Não é coincidência que todas as ditaduras socialistas são auto-denominadas “repúblicas democráticas e populares”.

Palavras como “empoderamento”, “comunidade”, “social”, “coletivo”, etc. são palavras-gatilho que despertam um sentimento de pertencimento a um grupo e diferem o falante dos demais, considerados “alienados” ou pior: inimigos.

Entra aí o fenômeno da auto-censura “politicamente correta”, que é, segundo Olavo de Carvalho, o pior tipo de censura que existe, pois é uma censura auto-infligida antes mesmo do nascer das idéias.

7. A supremacia do grupo

Quando ocorre um processo de despersonificação, a vítima abre mão de sua individualidade para obedecer as ordens do grupo. Vale a pena perder um olho – ou mesmo a vida – para obedecer os ditames do grupo. A vítima abre mão do próprio senso crítico e já não pensa por si, mas delega todas as decisões ao grupo. Deixar o grupo ditar o que se deve ou não fazer é confortável e reduz consideravelmente os riscos de ser considerado um traidor.

A supremacia do grupo, além de ser um fator preponderante no processo de reforma do pensamento tratado aqui, é uma das principais características da ideologia coletivista em geral.

Num dos mais importantes ensaios filosóficos do mundo, A Rebelião das Massas, José Ortega y Gasset nos apresenta o grande fenômeno do século XX, o homem-massa, o homem despersonificado:
“É o homem previamente esvaziado de sua própria história, sem entranhas de passado e, por isso mesmo, dócil a todas as disciplinas chamadas “internacionais” (…) só tem apetites, pensa que só tem direitos e não acha que tem obrigações: é um homem sem obrigações de nobreza.”

Destituído de sua própria individualidade, o homem-massa goza em ser idêntico aos demais, pensar igual, a se sentir como “todo mundo”. Ao perder todo o respeito pelo passado, o homem-massa está aberto e vulnerável a qualquer tentativa de imposição de novos valores.

É preciso se policiar para agir de acordo com o padrão de comportamento “ideal”.

Solomon Asch (1907) identificou, na década de 1950, as características do espírito de rebanho no famoso experimento das medidas, no qual ele reunia um grupo de pessoas e mostrava a elas um cartão com uma série de linhas de comprimentos diferentes. Então, pedia para que identificassem qual seria a linha mais longa. Todas as pessoas na sala, menos uma, tinham sido orientadas para escolher a mesma resposta – claramente errada.

Surpreendentemente, um terço das pessoas concordava com o grupo, mesmo sabendo que estava escolhendo a opção incorreta.

8. Comprometimento

O socialismo é a grande causa, é o que vai tirar o mundo da miséria, vai trazer mais amor a São Paulo, vai fazer brilhar a nossa estrela lá. A pessoa se sente presa, ninguém pode ser feliz fora do grupo.

Tal sentimento não é uma alucinação, mas um dado real. É muito difícil para um adolescente de 17 anos ir contra todos os professores, amigos, imprensa, ídolos culturais, etc. especialmente no momento no qual ele está mais vulnerável e aberto intelectualmente, que é na época da faculdade.

Um aluno brasileiro que acaba de ingressar na universidade logo vê seus professores e colegas chancelarem o ideal socialista. Ele vê como os “coxinhas fascistas neoliberais” são tratados e achincalhados. Como assumir publicamente ser contra todo mundo? Como perder amigos, status e mesmo contatos profissionais, comprometendo toda a sua vida, sendo contra o establishment?

Em pouco tempo ele se adapta e crê que não há a possibilidade de ser feliz “do outro lado”. É importante notar como esses conceitos não são estanques, mas se intercomunicam. Um dado da realidade via de regra tem a influência de mais de um fator. A garota que perdeu um olho defendendo a Dilma sujeitou-se a isso por obediência às lideranças e influência do grupo, de acordo com seus conceitos de mundo dividido, grande verdade e usando um código próprio de linguagem.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Quem não sente não é boa gente

Estou chocado pela terrível morte de Eduardo Campos. Não votaria nele, não simpatizo com seu partido mas reconheço a importância dele para despolarizar a disputa. Sua morte favoreceu o PT e Dilma. É inevitável ao conhecer o histórico de convenientes acidentes nos desafetos do Partido não achar suspeito.
E o que mais me entristece é que secretamente os petistas, estes seres imorais, estão fazendo "top top top" assim como fizeram com a morte de 199 pessoas em Congonhas. É certeza que em breve algum deles será pego numa gafe destas.

Quanto aos "mui católicos" que derramaram sua bílis sobre as cinzas ainda quentes do candidato, que vergonha! Primeiro porque com a geléia geral de esquerdismo em todas as matizes na política brasileira é difícil aplicar a excomunhão latae sententiae, tecnicamente todos estão excomungados, até quem vota no Pastor Everaldo. Segundo porque mesmo um excomungado não se pode afirmar da condenação, entre a pane e o chão houve tempo para todos a bordo refletirem. Terceiro por razão prática, Campos tirava votos de Dilma e o PSB é bem menos ruim que o PT, dizer que ambos são iguais é lavar o PT e ser idiota útil. Quarto porque - poxa vida - um avião caiu numa densa zona urbana e é algo para se chocar. Quinto porque "homo sum et ne a homi nihil a me alienum puto" - a lembrança da morte repentina dele lembra da morte que teremos, que pode ser repentina e no auge também. Memento mori! Toda morte choca porque nos faz pensar ma nossa. Como disse Nosso Senhor, ninguém sabe a hora em que o ladrão vai chegar. Quem sabe você, meu leitor, não chegará vivo a noite de hoje. Quem sabe eu não chegarei? Quem sabe?

Enfim, que tristeza.
Que perda!
Ai de ti, Brasil! Talvez o tempo do castigo realmente se aproxime.

Se o Senhor puniu Jerusalém que tinha bem mais méritos que nós... 

Frei Clemente Rojão 

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Fanatismo constrói Templo de Salomão e casa para Macedo

Fachada do templo no dia da inauguração. (Foto: internet/reprodução)
O fanatismo constrói e sustenta o Templo de Salomão. Pois é, caríssimos leitores! O mais megalomaníaco templo religioso do mundo não só foi construído, como inaugurado na Capital Paulista, no dia 31 de julho passado. E diante de obra mais do que faraônica, podemos afirmar que algo de muito estranho está acontecendo com esta corrente religiosa, que ao que tudo indica baniu Jesus Cristo do templo, de onde Ele expulsou os vendilhões. 
Eu não sabia desta informação até ler o blog da Laura Capriglione, no Yahoo. Segundo informação da jornalista, a inscrição vista em todos os demais templos da Igreja Universal do Reino de Deus, que afirma: Jesus Cristo é o Senhor! Não pode ser vista no templo inaugurado no Brás. Lá, onde fica em exposição uma réplica da Arca da Aliança, o slogan foi substituído pela inscrição: Santidade ao Senhor! Eu que já estava com os pés e as mãos para traz, em sinal de receio quando vi uma reportagem do programa Sílvio Santos, sobre o local, fiquei rosa chiclete de espanto.
Na ocasião, achei muito estranho para um líder religioso, que se diz cristão, usar vestimentas tipicamente judias, no dia da bênção especial ao templo. Além disso, sempre fiquei encabulada com o fato das religiões evangélicas que já tive contato serem tão fiéis ao antigo testamento. A sensação que tenho é de que, a concepção deles, Jesus não tem lá muita expressão. Essa é uma impressão pessoal minha, ok?
Bom, mas o que me arrepia todos os cabelos do corpo, mas todos mesmo, é o fato de que este monumento teve um custo de nada mais, nada menos R$ 680 milhões. Sim. Essa bolada, que daria para custear obras assistenciais da própria igreja, ampliando assim, os benefícios legados aos mais necessitados, tirando definitivamente os fiéis de Edir Macedo da linha da pobreza. Entretanto, estes mesmos fiéis foram os responsáveis pela obra descomunal, que doravante será um dos pontos turísticos mais requisitados de São Paulo, em função da curiosidade em torno do local e sua magnitude.
Imagem da réplica da Arca da Aliança, no Templo de Salomão.
(Foto: internet/reprodução)
Sim, leitor e leitora. Esta construção foi feita com o dinheiro arrecadado pelo dízimo, que segundo pessoas do meu conhecimento e que são adeptas da Universal, tem que ser pago obrigatoriamente, sob pena do Senhor ferrar com a vida do devedor do tributo religioso. Interessante, é que uma delas, que era diarista na casa da minha mãe, sempre pagou religiosamente o dízimo, mas na hora de conseguir um teto para morar, precisou recorrer ao programa Vila Viva, instituído aqui em Belo Horizonte, pelo ex-prefeito Fernando Pimentel.
Ela já recebeu as chaves do seu apartamento no complexo do Taquaril, Região Leste da cidade. Porém, o mesmo foi custeado com recursos da sociedade, através do pagamento de impostos e não pelo dízimo de sua igreja. Na outra ponta desta história, vemos na edição do dia 01 de agosto, da Veja São Paulo, que o Bispo Macedo e sua celestial família se mudou, há cerca de um mês, para um apartamento de cobertura construído exclusivamente para ele no topo do templo. Ele pode morar lá, Jesus, a quem ele afirma seguir, não.
A situação é de admirar pelo fato de que a Igreja Universal em si é uma obra extremamente respeitável, mas a práxis de seus dirigentes, é só falta de pudores. Acredito que isto só pode ser algum tipo de doença mental ou cegueira que leva uma pessoa a explorar a fé de fiéis de várias nacionalidades deste jeito. E o pior mesmo é constatar os motivos que levam milhões de seguidores, de um bode em pele de ovelha, como ele, a acreditar na santidade de um indivíduo que lhes passa a perna.
Foto que ilustra a matéria da Veja São Paulo. (Foto: internet/reprodução)
Não sei se Moisés tinha propriedades, porque nunca estudei a vida dele. Mas Jesus Cristo não tinha nem uma pedra para usar como travesseiro e seu poder e superioridade fizeram com que Ele dividisse a história da humanidade em antes Dele e depois Dele. Seus discípulos, que até tinham residência, abandonaram tudo, quando saíram pelo mundo para pregar a boa nova. Paulo de Tarso abandonou a vida de homem de posses e até o nome, para seguir Jesus. Ele era o Saulo de Tarso, perseguidor dos cristãos. Viajando mais adiante no tempo, vemos Francisco de Assis, abandonando a vida farta da família rica e ir viver na miséria, em nome de Cristo. Madre Tereza de Calcutá dedica-se de corpo e alma à ajuda humanitária aos necessitados da índia. Irmã Dulce dedica-se da mesma forma, na Bahia.
Dentro do Espiritismo, por exemplo, o médico e ex-deputado federal, Adolfo Bezerra de Menezes morre na mais profunda miséria, por ter doado tudo o que tinha aos pobres. Até seu anel de formatura, ele doa para ajudar os necessitados a saciar a fome e comprar remédios dos necessitados. Francisco Cândido Xavier jamais recebeu um centavo pelos inúmeros livros da literatura espírita que intermediou entre o mundo dos vivos e o dos espíritos.
Na origem do Budismo, conta a história de que o primeiro Buda abandonou o castelo de seu pai para buscar a causa de todos os sofrimentos do mundo. Renunciou ao trono e viveu até os 80 anos. Neste período, se dedicou a ensinar os caminhos da vida, que ele mesmo encontrou em suas peregrinações. Foi filósofo, psicólogo e líder espiritual prático e realista, segundo o site O mundo de Gaya. Lamentavelmente, minha cultura não abrange conhecimentos de servos devotados de Deus de outras correntes religiosas, mas algumas características todos eles apresentam, indistintamente. São altruístas, generosos, pacientes e respeitosos. Não tenho notícias deste tipo de comportamento nas correntes evangélicas, que muito antes pelo contrário, são rígidos, preconceituosos e exclusivistas, como se Deus fosse só deles.
Imagem de Edir Macedo em pregação no Templo de Salomão.
(Foto: internet/reprodução)
Por conta deste rigor, na pregação deles, tornam-se muitas vezes fanáticos e aí é que mora a chave de todo o problema. O fanatismo cega o indivíduo em prol de uma crença ou causa. Lembro-me de uma frase que me marcou muito no filme O Código Da Vinci, que diz que a mente só enxerga aquilo que quer ver. E esta afirmativa se enquadra muito bem neste caso. De acordo com a Wikipédia, o fanatismo é um estado psicológico de fervor excessivo, irracional e persistente em torno de qualquer tema. Ele é ligado mais a assuntos de política ou religião e em ambos os casos é altamente nocivo.
As atitudes de Edir Macedo e seus seguidores demonstram claramente o descompromisso deles para com as coisas e a causa dos homens de Deus. Para começar, usaram a religião para enriquecer. Agora, ostentam todo o poder econômico obtido em nome da fé, para o mundo. Além da cobertura de 1000 m2, o Templo de Salomão abriga moradia para a filha de Macedo e o marido e outros 49 pastores do alto escalão da Universal. É de lamentar que em pleno século XXI, fiéis humildes sejam ludibriados desta forma para satisfazer a sanha de poder de uns poucos espertalhões.

Muita paz e alegria a todos!
 
 
Por: Zilda Assis