sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Em tempos de “política” é necessário refletir sobre POLÍTICA! (PARTE I)

Estimados leitores, estamos vivenciando um tempo demasiado importante para a nossa sociedade brasileira: o tempo das eleições; e, mais precisamente neste último momento, eleições presidenciais. Não raro nos deparamos, em qualquer lugar, com debates, acusações, contra-acusações, propostas das mais variadas espécies, posições políticas desde as mais necessárias até aquelas mais retrógradas. Argumentos lógicos e indecisos, diretos e tendenciosos, verdadeiros, falsos, diplomatas, escolhidos refinadamente! Por quê tantas variações nas falas de nossos candidatos à Presidência da República? Por quê não há uma linearidade em seu raciocínio e, consequentemente, em sua fala? O que há nos bastidores das campanhas rumo à Presidência?
Para iniciar esta reflexão, gostaríamos de retomar o conceito originário do termo POLÍTICA: o termo remonta à civilização grega. Aquele povo denominava política todas as atitudes dos cidadãos que visavam o bem da PÓLIS. Aristóteles relacionou política à felicidade; à felicidade do cidadão. Há quem ressalte que nenhum povo do mundo antigo contribuiu tanto para a riqueza e a compreensão da Política, no seu sentido mais amplo, como o fizeram os gregos de outrora. Os nomes de Sócrates, Platão e Aristóteles, no campo da teoria, de Péricles e de Demóstenes na arte da oratória, estão presentes em qualquer estudo erudito que se faça a respeito e mesmo nos mais singelos manuais de divulgação. Há obras de cunho mais que relevante tratando desta temática, a saber: Política, de Aristóteles e Político, de Platão. Nestas obras encontramos o conceito originário e verdadeiro que qualifica (ou ao menos deveria), fundamentalmente, a nossa prática política e seu discurso.
Pois bem, não nos parece uma tarefa tão árdua que o leitor já possa, de imediato, observar uma certa diferença, para não dizer ruptura, entre a nossa prática política, bem como o discurso que a sustenta, e a sua originalidade. Talvez os nossos políticos não conheçam Aristóteles e Platão.
Se continuarmos nosso estudo, percebemos que a política, deixando a Idade Antiga e aproximando-se da Idade Média, toma rumos decididamente opostos a sua natureza. É sabido que este período da história é marcado profundamente pelas marcas impressas da religião, mais precisamente, podemos apontar, da igreja Católica Apostólica Romana. Neste momento da história a Igreja já tem a sua ascensão consolidada e já é a religião oficial do Império Romano. Consequentemente, a instituição de maior influência em toda a sociedade e, por isso mesmo, em todos os seguimentos que a compõem: o comércio, a economia, a política, a justiça, a religião, a cultura, as relações pessoais e comunitárias de todos os modos. Em se tratando de política, estas informações nos trazem elementos importantes para compreender os vazios conceituais práticos do campo político moderno, bem como as suas incoerências.
Se a Igreja Católica era a grande influenciadora da época, era também aquela que, autorizada pela monarquia vigente, nomeava as pessoas em quem ela depositava relevante confiança para os cargos políticos da cidade; desde os cargos menores até os de mais alto grau. Mais que isso: esta instituição chegou a tal ponto de nomear, em nome de Deus, por deter o poder temporal e espiritual, os próprios reis de grandes nações com acentuado poder econômico e comercial. Isto implica dizer, e o leitor não tome como exagero, que a Igreja manipulava as decisões políticas, jurídicas e comerciais, bem como as econômicas, de toda a sociedade.
Por incontáveis anos, ou melhor, séculos, a história política permaneceu sob esta situação de intervenção divina, na qual os únicos interesses discutidos eram os privilégios do clero e a sustentação ostensiva da igreja, detentora do sagrado. O povo, os cidadãos, eram oprimidos em nome da fé por uma política sagrada, excludente e hierárquica.
Durante os séculos que se seguem à Idade Média, inicialmente no período do Renascimento, mas também na Modernidade e na Contemporaneidade, inúmeros filósofos se debruçaram sobre a causa da libertação política das forças de uma única instituição, tentando, por vezes, retomar os antigos gregos; em outros casos, modernizar a política, pensando-a em seu próprio tempo, segundo sua liberdade de expressão: afinal, todo cidadão tem livre direito de ser um cidadão político. É necessário que citemos aqui alguns desses pensadores: Giordano Bruno, Montaigne, Kant, Michel Foucault, kierkegaard, Marx, entre outros.
Tendo observado, mesmo que superficialmente, este panorama que apresentamos, podemos perceber alguns dos traços da política neste século. Observamos que o sentido originário de política vem sendo esmagadoramente deturpado durante a história. As influências sofridas durante a Idade Média, até mesmo aqueles padecidos nos últimos séculos da Idade Antiga, foram decisivos no que tange àquilo que hoje nós compreendemos e praticamos politicamente. Os valores foram totalmente substituídos por outros; a ética foi invertida: o sistema que visava o bem da cidade (PÓLIS) torna-se uma investidura irrefreável para a autopromoção econômica e social; a moral torna-se, agora, individual e excludente. Os chefes políticos, consequentemente, são mais sofistas que homens comprometidos com a sociedade a qual se propõem representar e defender: usando de argumentos sofistas, convencem a população com suas falsas e pretensas propostas em período de eleição, o único momento em que o “coelho sai da toca”.


Comunicando


quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Validação da Lei da Ficha Limpa para essas Eleições

É incrível como no Brasil as coisas andam a passo de tartaruga, mas não apenas isso; como elas acontecem devagar e mais ainda, sujeitas a concessões! Felizmente ainda há pessoas que lutam contra tudo isso.
         A Lei da Ficha Limpa foi criada para combater políticos cuja idoneidade não condiz com o cargo que desejam ocupar. Tem por finalidade, a meu ver, coibir a ação de corruptos e favorecer o POVO, visto que é dele que deriva o poder – ou será que o político se elege por si só? – manifestado nas urnas no dia da eleição.
         A elaboração da Lei da Ficha Limpa realmente veio a calhar, mas o grande trunfo era se seria ou não utilizado já agora nas eleições de 2010. Tudo bem bonito, bem escrito num papel; mas, apenas no papel, como inúmeras leis que se criam no “país do carnaval”.
         Pois bem, foi decidido: Por 7 votos a 3, STF decide: Ficha Limpa vale para este ano”. Esta é a notícia que corre pelo nosso Brasil. Segundo Carol Pires, do Estadão, “o julgamento durou quase sete horas e foi marcado por troca de farpas entre os ministros e duras críticas disparadas pelo ministro Gilmar Mendes contra a aplicação da lei.”
         O mais engraçado de tudo isso é ver MINISTROS DO STF “trocarem farpas” por causa de uma LEI que só irá trazer o bem para a Sociedade Brasileira, tão maculada pelos escândalos de corrupção que abalam as suas bases.
         Quer dizer que o nobre ministro Gilmar Mendes não concorda que corruptos sejam impedidos de assumir os cargos, pois a polêmica toda da confusão gira em torno do senhor Jader Barbalho (PMDB). Veja o que o artigo diz sobre esse nobre: Jader Barbalho obteve quase 1,8 milhão de votos na eleição para senador pelo PMDB do Pará, mas foi barrado pela Justiça Eleitoral com base na lei da Ficha Limpa. Ele renunciou, em 2001, ao mandato de senador para fugir de um processo de cassação no Senado. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PA) havia autorizado a candidatura dele, mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reviu a decisão, negando-lhe a candidatura.”
         É lamentável ver que ainda temos autoridades constituídas acoitando corruptos. Bem certos foram esses ministros que votaram a favor da validação da Lei da Ficha Limpa para essas eleições; infelizes, aqueles que no seu parecer  votaram contra!
         De tudo isso uma simples lição: por mais errados que tenham sido os ministros do STF votando contra, mais errados foram aqueles que votaram em pessoas cuja idoneidade estava sob suspeitas.
         Como sempre o POVO, cabe a ele policiar-se. Cabe a ele exercer o poder democrático, se é que vivemos num ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO.

Fox Sierra Commando

As Partes entre aspas são de Carol Pires, estadao.com.br

Eleições 2010 Uma Análise Pessoal

Francamente, mais um ano de eleições onde tudo se repete. Mais um ano os pobres voltam a ter valor. Mais uma vez políticos lembram-se das classes mais desfavorecidas, e desembrulhando velhas promessas, partem para o ataque lançando suas teias de mentiras e ilusões.
         Águas passadas e verdades fixadas, primeiro turno foi-se embora e ficamos nós com outro abacaxi em mãos: quem escolher para governar nosso país?
         Muitos são os enfoques sobre o qual eu abriria esta análise, mas somente um custa-nos analisar: o “modus operandi” de cada candidato num determinado período do nosso país: o tempo da Ditadura Militar!
         Caro leitor, é importante ver o que cada um fez durante esse período tão negro, para que tenhamos certeza absoluta do que fazer no momento mais crucial daquele domingo em que decidiremos os rumos do nosso país.
         Sem mais delongas: um fugiu para exilar-se num país não muito distante do nosso. Não suportou a pressão e o medo das torturas, preferindo o exílio a ter que sofrer pela luta dos ideais patrióticos. O outro ficou. Teve a coragem de erguer a voz, quando mais ninguém ousava falar. “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.  Pode ter pegado em armas, embora não haja provas de que matou alguém.
         O que quero dizer relembrando esses fatos, é que enquanto um teve a coragem de lutar o outro se escondeu.
         O mérito da questão talvez não esteja na capacidade, nem de um, nem de outro; mas no simples fato de um ter tido coragem. Não ter se acovardado diante da situação, ter lutado até a última conseqüência, única e exclusivamente em prol de uma nação subjugada e não em prol de seus interesses particulares.
         Alguém dirá que estou errado; que quero induzi-lo a tomar decisões precipitadas, mas esse alguém jamais terá a capacidade de apreciar os passos que já foram dados, e acima de tudo: estará preso ao seu mundinho de comodismos e interesses particulares.

Fox Sierra Commando