quarta-feira, 9 de julho de 2014

O que é que Miami tem


Trecho de um artigo de Rodrigo Constantino - (...) A realidade brasileira é muito dura. Menores de idade tendo de trabalhar em funções arriscadas por completa falta de alternativa, e a própria mãe reconhecendo que era isso ou deixar o filho nas mãos de traficantes. Nordestinos que até hoje não podem contar com o fornecimento adequado de água. São coisas típicas de um país… africano! Só que o Brasil não é a África, e se ainda não perdemos o juízo, esse tipo de coisa deveria ser revoltante.

Miami não tem os melhores indicadores sócio-econômicos dos Estados Unidos. Longe disso. Há pobreza, criminalidade, não tem nada de perfeito. Mas só mesmo um Sakamoto da vida, "especialista" convidado por Regina Casé para seu programa sensacionalista e ícone do esquerdismo retrógrado que assola nosso continente, poderia dizer que se lá é a "América Latina que deu certo", como afirmei, então já demos errado!

Pobreza, por lá (Miami), significa morar em um bairro humilde, com índices de violência maior do que a média nacional (e bem menores do que a nossa média nacional), ter uma casita discreta (mas nada comparado às favelas cariocas) e um carro na garagem (que no Brasil seria de classe média). E um iPhone, claro, pois todos possuem um iPhone, mesmo nos bairros mais pobres. É isso que quer dizer "ser pobre" em Miami, via de regra. Crianças manuseando uma betoneira de misturar concreto? Gente sem acesso a água? Isso parece uma realidade muito distante.

Cada um com sua realidade. Mas eis a revolta: por que a nossa precisa ser essa, tão miserável, em um país tão rico e com tanto potencial? O que eles têm de tão especial? Só vemos latino-americanos em Miami. Só escutamos espanhol e português. São cubanos, porto-riquenhos, argentinos, brasileiros, todos vivendo em uma cidade misturada, mas organizada, limpa, sem pichação estragando tudo que é viaduto, com ótimas estradas, e respeito às leis.


O que eles têm? Talvez fosse melhor começar pelo que eles não têm: um bando de "intelectuais" de classe média disseminando marxismo pelas universidades, por exemplo. Ou sociólogos afirmando que a criminalidade é fruto apenas da condição social e que, portanto, todo criminoso é na verdade uma "vítima da sociedade". Claro, eles também não têm uma praga chamada PT, apesar de uma ala do Partido Democrata de Obama tentar chegar perto em grau de demagogia.

Não podemos perder nossa capacidade de indignação. Não podemos nos entregar ao fatalismo de que isso aqui é assim, uma porcaria mesmo, e que sempre foi assim e nunca vai mudar. Não podemos colocar a culpa no "povo", como se fosse algo inato, genético, e deixar por isso mesmo. Não! A qualidade de nossas elites é muito ruim. São elas que, em pleno século 21, ainda enaltecem Marx ou idolatram Paulo Freire! São elas que votam, também, no PT ou no PSOL!


Estou de volta ao Brasil. É o meu país, onde nasci, vivi pelos últimos 37 anos. Não quero abandonar tudo e viver exilado em Miami, como tantos fizeram, por razões óbvias e compreensíveis. Quero lutar por um país melhor, mais capitalista, liberal, próspero, justo. Sabemos quem são os inimigos desse progresso; ironicamente, eles se intitulam "progressistas", mas representam o atraso.

São os defensores do socialismo, do modelo bolivariano, da ditadura cubana, de um estado cada vez maior. É essa a mentalidade que precisa ser derrotada se queremos um país mais parecido com Miami e menos com Caracas. É o que eu desejo. E você, caro leitor? Então o que está esperando para abandonar o discurso derrotista e se unir nessa luta por um Brasil melhor?
 
Por Frei Clemente Rojão
 

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