Trecho de um artigo de Rodrigo Constantino -
(...) A realidade brasileira é muito dura. Menores de idade tendo de
trabalhar em funções arriscadas por completa falta de alternativa, e a
própria mãe reconhecendo que era isso ou deixar o filho nas mãos de
traficantes. Nordestinos que até hoje não podem contar com o
fornecimento adequado de água. São coisas típicas de um país… africano!
Só que o Brasil não é a África, e se ainda não perdemos o juízo, esse
tipo de coisa deveria ser revoltante.
Miami não tem os melhores
indicadores sócio-econômicos dos Estados Unidos. Longe disso. Há
pobreza, criminalidade, não tem nada de perfeito. Mas só mesmo um
Sakamoto da vida, "especialista" convidado por Regina Casé para seu
programa sensacionalista e ícone do esquerdismo retrógrado que assola
nosso continente, poderia dizer que se lá é a "América Latina que deu
certo", como afirmei, então já demos errado!
Pobreza, por lá (Miami), significa
morar em um bairro humilde, com índices de violência maior do que a
média nacional (e bem menores do que a nossa média nacional), ter uma
casita discreta (mas nada comparado às favelas cariocas) e um carro na
garagem (que no Brasil seria de classe média). E um iPhone, claro, pois
todos possuem um iPhone, mesmo nos bairros mais pobres. É isso que quer
dizer "ser pobre" em Miami, via de regra. Crianças manuseando uma
betoneira de misturar concreto? Gente sem acesso a água? Isso parece uma
realidade muito distante.
Cada um com sua realidade. Mas eis a
revolta: por que a nossa precisa ser essa, tão miserável, em um país
tão rico e com tanto potencial? O que eles têm de tão especial? Só vemos
latino-americanos em Miami. Só escutamos espanhol e português. São
cubanos, porto-riquenhos, argentinos, brasileiros, todos vivendo em uma
cidade misturada, mas organizada, limpa, sem pichação estragando tudo
que é viaduto, com ótimas estradas, e respeito às leis.
O que eles têm? Talvez fosse melhor
começar pelo que eles não têm: um bando de "intelectuais" de classe
média disseminando marxismo pelas universidades, por exemplo. Ou
sociólogos afirmando que a criminalidade é fruto apenas da condição
social e que, portanto, todo criminoso é na verdade uma "vítima da
sociedade". Claro, eles também não têm uma praga chamada PT, apesar de
uma ala do Partido Democrata de Obama tentar chegar perto em grau de
demagogia.
Não podemos perder nossa capacidade
de indignação. Não podemos nos entregar ao fatalismo de que isso aqui é
assim, uma porcaria mesmo, e que sempre foi assim e nunca vai mudar. Não
podemos colocar a culpa no "povo", como se fosse algo inato, genético, e
deixar por isso mesmo. Não! A qualidade de nossas elites é muito ruim.
São elas que, em pleno século 21, ainda enaltecem Marx ou idolatram
Paulo Freire! São elas que votam, também, no PT ou no PSOL!
Estou de volta ao Brasil. É o meu
país, onde nasci, vivi pelos últimos 37 anos. Não quero abandonar tudo e
viver exilado em Miami, como tantos fizeram, por razões óbvias e
compreensíveis. Quero lutar por um país melhor, mais capitalista,
liberal, próspero, justo. Sabemos quem são os inimigos desse progresso;
ironicamente, eles se intitulam "progressistas", mas representam o
atraso.
São os defensores do socialismo, do
modelo bolivariano, da ditadura cubana, de um estado cada vez maior. É
essa a mentalidade que precisa ser derrotada se queremos um país mais
parecido com Miami e menos com Caracas. É o que eu desejo. E você,
caro leitor? Então o que está esperando para abandonar o discurso
derrotista e se unir nessa luta por um Brasil melhor?
Por Frei Clemente Rojão
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