quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Incapacidade de Agir

   No decorrer da vida chega um tempo em que paramos, analisamos os rumos, os fatos e nos vemos de mãos atadas e sem perspectivas. Como se nos faltasse algo ou como se nos fosse atrelada uma carga que não conseguimos suportar. O pior sentimento nessa hora é o da incapacidade de esboçar uma ação.

   Esse sentimento de inutilidade se esboça toda vez que nos sentimos incapazes de fazer frente a determinado obstáculo ou situação. Principalmente quando fazemos parte de uma máquinas cujas engrenagens estão prestes a parar. Não fazer nada e ver o barco ir a deriva é como pedir para que puxem o gatilho, e acabem de vez com esse teatro macabro infestado de sanguessugas e chacais que nos impedem a ação e nos podam os passos.

   Ver tudo e não poder fazer nada. É assim que nos sentimos diante da avalanche de escândalos que se repetem em nosso país. Não quero ser pessimista, muito menos carrasco do meu Brasil. Mas até quando veremos essas denúncias de desvio de dinheiro, recebimento de propinas e outras falcatruas envolvendo nossos dirigentes?

   Em outros países isso também acontece. Também se rouba dinheiro lá fora, mas vivemos aqui e não em outra nação. Se lá fora se rouba, em algum momento há punição. Alguém paga. Mas aqui não, pois há uma coisa chamada imunidade parlamentar e o ladrão não pode responder por seus atos. Aí está o sentimento que nos acomete e nos deixa sem ânimo para cotinuar acreditando numa justiça que se vende. Que estipula valores para que o crime se perpetue, que teima em se esconder por trás dos colarinhos brancos e que preza mais os poderosos do que aqueles que deveria proteger.

   Quero continuar crendo que um dia os parlamentares ladrões do nosso Brasil serão punidos, mas enquanto esse dia não chega, fico de braços cruzados a ver navios e escândalos pela TV. De nada adianta cobrar. Não temos a quem cobrar. São todos farinha do mesmo saco. Embora saiba que nada mudará, continuo acreditando que se quisermos poderemos dar o troco um dia. E quem sabe se não será à altura?

   Mesmo assim, "seja qual for o grau a que cheguemos, o que importa é prosseguir decididamente." Quem sabe um dia algo mude...
 Anônimo

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